“Ainda estou processando tudo o que aconteceu nos últimos dias"

Zoe Saldaña se manifestou sobre os comentários antigos de Karla Sofía Gascón, sua colega de elenco em Emilia Pérez, que ressurgiram nos últimos dias e geraram grande repercussão. Em publicações feitas no X (antigo Twitter) entre 2020 e 2021, Gascón fez declarações de teor racista e xenofóbico, além de criticar o Oscar e movimentos sociais.
Durante uma mesa redonda em Londres, organizada pelo The Hollywood Reporter, Saldaña foi questionada sobre a polêmica. “Ainda estou processando tudo o que aconteceu nos últimos dias, e estou triste. Isso me deixa muito triste porque não apoio [isso], e não tenho tolerância para nenhuma retórica negativa em relação a pessoas de nenhum grupo”, afirmou.
“Ainda estou processando tudo o que aconteceu nos últimos dias, e estou triste. Isso me deixa muito triste porque não apoio [isso], e não tenho tolerância para nenhuma retórica negativa em relação a pessoas de nenhum grupo. Só posso atestar a experiência que tive com cada indivíduo que fez parte, que faz parte, deste filme, e minha experiência e minhas interações com eles foram sobre inclusão, colaboração e equidade racial, cultural e de gênero. E isso simplesmente me entristece.”
A atriz destacou que sua experiência no filme foi marcada por “inclusão, colaboração e equidade racial, cultural e de gênero” e lamentou o impacto do caso em um momento próximo à premiação.
Entre as publicações controversas de Gascón, divulgadas pela Variety, estão críticas ao Oscar 2021 — que premiou Nomadland — por parecer uma “cerimônia de filmes independentes e de protesto”, além de associar o evento a um “festival afro-coreano” e manifestações do Black Lives Matter. Ela também fez postagens depreciativas sobre muçulmanos e relacionou a COVID-19 à China.
Em um comentário sobre o assassinato de George Floyd, a atriz escreveu: “Muito poucas pessoas se importaram com George Floyd, um vigarista viciado em drogas, mas sua morte serviu para demonstrar mais uma vez que há pessoas que ainda consideram os negros como macacos sem direitos”.
Até o momento, a Netflix, responsável pela distribuição de Emilia Pérez, e a Academia do Oscar não comentaram o caso.
O filme, dirigido por Jacques Audiard, estreia nos cinemas brasileiros em 6 de fevereiro e recebeu 13 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante.
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