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Foto do escritorEduardo Salvalaio

Toda La Sangre resgata a cultura mexicana numa série que valoriza o espírito das tramas policiais

Mesmo com inúmeras citações da cultura antiga mexicana, a série está longe de ser complicada

Foto: Divulgação

 


 

Toda La Sangre é uma série mexicana contendo 10 episódios e que está disponibilizada pela Starzplay. Por enquanto com apenas 1 temporada, na série vamos acompanhar a trajetória do jornalista sensacionalista Eugenio Casasola (Aarón Diaz) que precisa se unir a tenente de polícia Edith Mondragon (Ana Brenda Contreras) para desvendar uma série de crimes ligados a rituais antigos astecas que passam a virar rotina no México.


Logo, estamos diante de um seriado que deseja abordar vários temas em sua narrativa, ao mesmo tempo em que tenta conectar as tradições, os povos antigos e a religião do país com a tecnologia e a Modernidade. Essa mistura acaba rendendo uma trama que almeja resgatar os bons tempos de séries policiais (pense em algo próximo a True Detective) integrando como peças importantes de um quebra-cabeça elementos sobrenaturais, místicos, mitológicos e simbólicos que permeiam as investigações.

 


 

A trama tem seus momentos descontraídos e também não deixa escapar alguns toques de humor ou de sátiras a uma sociedade de consumo, separatista e que ainda faz uso do trabalho escravo. Ao longo dos episódios, é uma constante o choque entre trabalhadores e seus chefes e também da condição de pobreza que ainda vigora nas ruas do país. Como na cena do primeiro episódio onde presenciamos uma das vítimas num lugar com muitos moradores de rua.


Mesmo com inúmeras citações da cultura antiga mexicana, a série está longe de ser complicada. A narrativa fácil de absorver dentro de uma mistura Thriller/Policial, um leve toque de terror/suspense que não faz do gore um apelo para o espectador, a relação dos casos com os rituais astecas e uma construção gradativa de seus personagens que, embora sejam dignos para o caso, ainda não são totalmente valorizados com respeito em seus trabalhos.

Citando os personagens, são eles que garantem um destaque maior para a série. Casasola é aquele repórter que não mede esforços. Logo no início, inclusive, se disfarça de morador de rua para conseguir seus objetivos. Incompreendido pelo seu chefe, consegue outro lugar de menor destaque dentro do jornal que trabalha, porém revela cada vez mais sua perspicácia e faro para o jornalismo em meio aos colegas. A determinada tenente Edith precisa encarar sua gravidez e a série ininterrupta de crimes, entretanto com isso sofre retaliações tanto de seu chefe e de seu marido que a pedem para interromper as investigações.



Outros personagens como a antropóloga Elisa Matos (Yoshira Escárrega) e seu namorado Yolotl (Antonio Trejo Sánchez) também acrescentam importância na trama. Mesmo as vítimas, embora muitas não tão bem explicadas no roteiro ou que nem aparecem muito na tela, guardam relação com a morte que lhes foi destinada. Com uma certa influência do filme Seven – Os Sete Pecados Capitais (1995), as mortes aqui apresentam uma ligação com os atos errados praticados por essas pessoas em vida.

 


 

Toda La Sangre tem o mérito de não desvendar facilmente a identidade do serial killer. Para isso, é capaz de criar dúvidas no espectador e até algum personagem principal pode ser um dos suspeitos. Faz valer do uso de flashbacks para acrescentar mais pistas para os casos, entretanto esse recurso acaba sendo utilizado sabiamente mais para os episódios finais. Embora tenha um desfecho plausível e explicado, deixa em aberto uma outra temporada com uma cena inesperada (lembre-se de ver todo o décimo episódio mesmo depois dos créditos finais).

 

Toda La Sangre

(2022-)


Gênero: Drama, Trhiller, Mistério

Direção: Hari Sama, Luis Prieto e Zasha Robles

Duração: 1 temporada

País: México

Onde Ver: Globo Play, Prime Vídeo


 

NOTA DO CRÍTICO: 7,0

 

Trailer da série:




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