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Foto do escritorEduardo Salvalaio

The Path of The Clouds é Marissa Nadler se entregando novamente pra música após o tempo de lockdown.

Atualizado: 29 de ago. de 2022




A cantora americana Marissa Nadler está se aproximando dos 20 anos de carreira. Neste período, provou ser uma cantora de qualidade, antenada com a música tanto do passado como atual e, cujas influências, são as mais variadas, passando de Joni Mitchell até Angel Olsen. Com uma discografia de respeito contendo álbuns que ficaram em muitas listas de fim de ano como ‘Songs III: Bird On The Water’ (2007), ‘Little Hells’ (2009) e ‘For My Crimes’ (2018), também mostrou muito respeito a outros músicos ao lançar 3 álbuns somente com covers.


Apesar de bem centrada num universo do Folk tradicional, há quem inclua Marissa dentro de outros gêneros a exemplo de Gothic Americana, Dream Pop e até mesmo Ambient. A artista aprendeu desde a adolescência a tocar guitarra e piano, o que colaborou em sua formação musical. Seu repertório musical não fica apenas focado em sua voz marcante e única, igualmente recebe o apoio de um riquíssimo instrumental, mesmo que muitas vezes a base musical se guie por um arranjo singelo, apenas de voz e violão.


Respeitando o lockdown durante a pandemia do Covid-19 mas sem esquecer de compor algumas músicas, Marissa faz parte daqueles artistas que interpretam a arte como um mecanismo de constante evolução que deve continuar girando, mesmo em tempos difíceis. A abertura imersa em uma sonoridade levemente orquestrada presente em ‘Bessie Did You Make It’ dá a confiança para o ouvinte seguir adiante, conferindo a Marissa um status de cantora afiada e experiente.

Em 2019, o álbum ‘Droneflower’ contou com a colaboração de Stephen Brodsky (das bandas Cave In e Mutoid Man). Um disco que foi criado dando muito destaque para as guitarras. Em 'The Path of The Clouds', as guitarras também são constantes, surgem incisivas para abrandar a melancolia reinante da faixa título; ou então, mesmo dentro de um panorama Pop-Rock adocicado, garantem a sintonia com os vocais plenos de ecos (caso de “Couldn’t Have Done The Killing”). O instrumento ainda ousa optar pela distorção em “Turned Into Air”.


O Folk da artista continua intacto e rebuscado. Emociona em faixas como “From Vapor To Stardust” e “Lemon Queen” com sua carga pastoril. “Elegy” aposta na atmosfera Ambient buscando ao máximo uma paisagem etérea. Ainda sobra espaço para arriscar um clima mais jazzístico em “And I Dream Of Running”. A cantora, sempre se adaptando facilmente a colaborações, aqui não faz diferente e convida vários músicos de peso para as faixas do disco: Jesse Chandler (que já tocou com Midlake e Mercury Rev), Simon Raymonde (ex-Cocteau Twins) e Emma Ruth Rundle.


Passando por um tempo que nos causou muitas perdas e que nos deixou desorientados, Marissa Nadler se firma como uma das melhores cantoras da atualidade e que, a cada trabalho que se envolve, consegue engrenar os mecanismos da música e fazê-la ir mais adiante, chegando calorosamente aos corações dos apreciadores da arte.


 

Spotify:























 

Veja o lindo vídeo de "Bessie Did You Make It"



 

Eduardo Tadeu Ferrari Salvalaio

Redator.

Um cara da área Civil mas que nos momentos de folga tem um tempo para a escrita. Fã da arte de um modo geral, acha que com ela podemos tirar um pouco os dissabores da vida. Livros, discos, filmes, jogos: um arsenal do qual não abre mão


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