The Lucky One reforça o Indie Folk encorpado, introspectivo e reflexivo de Caroline Says

21 de out. de 20242 min de leitura

Atualizado: 21 de out. de 2024

Trazendo uma mistura de Indie Folk com Lo-fi e até mesmo Dream Pop, a artista se preocupa muito com os arranjos de suas canções

Caroline Says é o projeto musical da cantora e compositora norte-americana Caroline Sallee. Em 2014, no porão de sua casa, ela gravou uma fita cassete intitulada 50.000.000 Elvis Fans Can't Be Wrong (2014). Com apenas 100 cópias da fita, Caroline começou a chamar a atenção de alguns produtores musicais. Essa fita receberia uma edição mais caprichada em 2017, inclusive saindo em vários formatos como CD e LP.

Em 2016, participou do disco Say Yes! A Tribute to Elliott Smith onde interpretou uma cover do cantor (certamente uma das maiores influências para sua música). Dois anos depois, foi a vez de lançar No Fool Like an Old Fool, o segundo disco. Infelizmente, com Caroline mudando de lugares e após a chegada do Covid-19, ela passou por um hiato de 6 anos. Chega agora com seu terceiro disco, The Lucky One (2024).

Trazendo uma mistura de Indie Folk com Lo-fi e até mesmo Dream Pop, a artista se preocupa muito com os arranjos de suas canções. As letras também brilham e merecem destaque, trazem reflexões sobre temas tão comuns para nós como amadurecimento, vida, morte, solidão, amizades e relacionamentos.

O instrumental é recheado sobretudo por guitarras acústicas, wurlitzer, teclados, pianos e violinos. Também existe todo um capricho em criar uma batida que, embora suave, conduza a música. Caso de ‘Eyes In The Night’ que traz uma percussão realçada. ‘Faded And Golden’, um dos destaques do álbum, possui uma melodia que encanta de primeira e de adapta a uma fusão entre Folk e Chamber Pop.

‘Always Looking Back’ ganha um tom etéreo fugindo em parte do Folk, deixando uma sutil eletrônica discreta fazer parte da canção. ‘Palm Reader’ trabalha com camadas vocais (outro charme do álbum) e funciona dentro de um panorama bucólico que Caroline sabe explorar. ‘Like We Do’ é adornada por um piano melancólico.

‘Roses’ é que mais se aproxima do gênero Dream Pop, formada por instrumental bem realçado e batidas mais encorpadas (certamente a mais grudenta e acessível do disco). ‘Something Good’ é envolta num contorno amplamente orquestrado. Caroline Says é um daqueles projetos responsáveis por continuar mantendo a tradição do Folk e que é capaz de deixar o gênero mais confortável para as novas gerações.