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Foto do escritorEduardo Salvalaio

Terror Slasher, Comédia e Estética 80’s englobam a viagem temporal de Dezesseis Facadas

Atualizado: 12 de out. de 2023

Não faltam ironias e piadas bem criativas.

Foto: Amazon MGM Studios


Viagens no tempo viraram temas comuns no Cinema. Geralmente trazem tramas interessantes, embora complicadas. Porém, o mais importante é que os eventos entre os variados planos espaço-temporais que ocorrem no filme estejam bem amarrados e não resultem numa história cansativa ou esdrúxula.


Então talvez seja ousadia trabalhar com o tema citado e ainda por cima colocar o Terror Slasher e a Comédia de mãos dadas? É o que a diretora americana Nahnatchka Khan, responsável por alguns episódios da animação American Dad, quis quando pensou na estrutura de Dezesseis Facadas (Totally Killer, 2023).



No tempo presente (2023), estamos diante de mais um Halloween prestes a acontecer na cidade de Vernon. Chris (Jonathan Potts) é um morador que faz questão de fazer um turismo pelas ruas mostrando onde 3 garotas foram brutalmente assassinadas em 1987 por um serial killer.


Entretanto, o assassino volta a ativa. Após ser perseguida por ele, Jamie Hughes (Kiernan Shipka) ativa acidentalmente uma máquina do tempo que sua amiga construiu para uma feira de ciência. Jamie vai parar em 1987 e vê nisso uma oportunidade de reverter os crimes e conseguir deter o assassino.


Kiernan Shipka que já havia se destacado na série Mad Men: Inventando Verdades (2007-2015) e posteriormente em O Mundo Sombrio de Sabrina (2018-2020), aqui causa um diferencial e consegue trazer um carisma que é decisivo para personagens neste tipo de filme. Uma personagem que precisa lidar com outra época e costumes, precisa convencer sobre sua viagem no tempo e sabe que pode ser a própria vítima caso altere os eventos do passado.


E é de uma forma bem divertida, mesmo que com toques juvenis, que Jamie se aproximará das garotas que brevemente serão assassinadas. Desde sua chegada à escola onde a roupa de educação física lhe causa estranheza até seus discursos que envolvem viagem no tempo e citações sobre De Volta Para o Futuro de 1985 (aliás, o filme é bem citado), a jovem consegue ser decisiva mesmo quando está numa situação desconfortável.


A trilha sonora, claro, colabora com a nostalgia e a atmosfera agitada de algumas cenas. No repertório, temos grandes músicas que frequentaram as rádios FM’s 80’s: The Killing Moon (Echo And The Bunnymen), Lady In Red (Chris De Burgh), Venus (Bananarama), Bizarre Love Traingle (New Order), entre outros.



O Cinema da década também não passa batido ganhando homenagens e referências. Robocop (1987) e Halloween com a tradicional e temida figura de Myke Myers ganham espaço na trama. Além disso, o grupo de garotas que está prestes a morrer adora se vestir igual à Molly Ringwald (quer maior citação aos 80’s do que falar dessa atriz?). A máscara do serial killer, segundo um dos designers do filme, teve inspiração em dois astros do Cinema 80’s: Rob Lowe e Dolph Lundgren.


Não faltam ironias e piadas bem criativas. Em certo momento, Jamie cita que os anos 80 são muito estranhos e que a década vive em outra rotação. Pior quando dois policiais bem idiotas não sabem o que significa um exame de DNA. Em outro momento, a jovem sugere chamar a polícia e uma das garotas pensa que se trata da banda The Police.

Além disso, ao contrário de outros filmes onde as vítimas sequer reagem, aqui a diretora fez questão de colocar personagens fortes, alguns inclusive com técnicas de defesa pessoal. Nosso mascarado vilão não terá facilidade para acabar com algumas vítimas e certas cenas chegam carregadas de muita Ação e coreografia de luta. Talvez para criar um tempo adicional de tensão e colocar um diferencial a mais nas sequências de morte.


Como todo filme de viagem no tempo, não faltam as lições de praxe. Que é preciso valorizar quem gostamos a cada instante, de tratar melhor quem está ao nosso lado e de melhorar nossas atitudes e sentimentos. Aquela máxima que todo mundo pensou alguma vez na vida: ‘e se eu pudesse voltar no tempo e tivesse feito diferente?’.



Dezesseis Facadas tem sim seus momentos de besteirol e até hediondos, isso ao lado de outras cenas que trazem um lampejo de genialidade e criatividade. Porém, e mesmo que não funcione perfeitamente, a ideia mais interessante é fundir gêneros dentro de uma trama que tenta abraçar o gosto dos mais variados tipos de espectadores.

 

Dezesseis Facadas

Totally Killer


Ano: 2023

Gênero: Terror/Slasher/Comédia

País: EUA

Direção: Nahnatchka Khan

Roteiro: David Matalon, Jen D'Angelo

Elenco: Kiernan Shipka, Liana Liberato, Olivia Holt, Lochlyn Munro

Duração: 106 min

Classificação: 12 anos


 

NOTA DO CRÍTICO: 7,0

 

Onde ver:




 

Trailer:




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