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Sete lendas do blues que moldaram a música

Foto do escritor: Marcello AlmeidaMarcello Almeida

O blues é isso: dor, paixão, verdade

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

O blues nasceu da dor e da resistência. Surgido no sul dos Estados Unidos no final do século XIX, foi a voz dos afro-americanos que transformaram suas histórias em música. Com letras marcadas pela melancolia e uma estrutura musical simples, mas profundamente expressiva, o gênero se espalhou e moldou praticamente tudo que veio depois – do jazz ao rock, do soul ao hip-hop. Seus maiores intérpretes não foram apenas músicos; foram contadores de histórias, inovadores que redefiniram a música para sempre.



Sete deles ajudaram a escrever essa história com a força de suas vozes e a intensidade de suas interpretações.


  1. Robert Johnson – O enigma do Delta

Robert Johnson – O enigma do Delta
Imagem: Divulgação

Robert Johnson é a lenda primordial do blues. Com sua voz assombrosa e o violão que parecia tocar notas do além, ele ajudou a definir o estilo Delta Blues nos anos 1930. Sua história se confunde com o mito: dizem que vendeu a alma ao diabo em uma encruzilhada para tocar como ninguém. O fato é que canções como Cross Road Blues e Love in Vain ecoam até hoje, influenciando do rock ao soul.


Morreu cedo, aos 27 anos, e deixou apenas 29 músicas gravadas, mas seu impacto é imortal.



  1. Muddy Waters – O homem que eletrificou o blues

Muddy Waters – O homem que eletrificou o blues
Imagem: Reprodução

Muddy Waters pegou o blues rural do Mississippi e o ligou na tomada. Ao migrar para Chicago nos anos 1940, armou-se com uma guitarra elétrica e criou um som poderoso, que pavimentou o caminho para o rock.


Com uma voz grave, rasgada e cheia de alma, músicas como Hoochie Coochie Man e Mannish Boy soam como declarações de força e identidade. Sem Muddy, não existiriam os Rolling Stones – aliás, foi de uma de suas canções que a banda tirou o nome.



  1. Howlin’ Wolf – A fera do blues

Howlin’ Wolf – A fera do blues
Imagem: Reprodução

Howlin’ Wolf não cantava; ele rugia. Um gigante de quase dois metros, voz rasgada e uma presença de palco que hipnotizava, ele era pura energia. Músicas como Smokestack Lightnin’ e Spoonful pareciam saídas de uma tempestade de trovões, misturando emoção bruta e uma pegada irresistível.


Nos anos 1950 e 1960, seu blues selvagem influenciou os ingleses do rock, de Eric Clapton a Led Zeppelin. Wolf não era apenas um cantor, era um fenômeno.




  1. B.B. King – O rei do blues

B.B. King – O rei do blues
Imagem: Facebook Oficial - Universal Music Group

Se o blues tivesse uma majestade, esse título pertenceria a B.B. King. Sua guitarra Lucille falava tanto quanto sua voz, cada nota carregando emoção pura. Com seu estilo elegante, transformou o blues em algo universal, levando-o a grandes plateias pelo mundo.


The Thrill Is Gone, seu maior hit, é a definição da melancolia e da sofisticação do gênero. Um dos artistas mais influentes de todos os tempos, foi o mestre que inspirou gerações de guitarristas, de Jimi Hendrix a John Mayer.



  1. Etta James – A alma feminina do blues

Etta James – A alma feminina do blues
Etta James - galeria - AP

Etta James trouxe uma intensidade emocional única ao blues. Sua voz, ora sedosa, ora explosiva, transitava entre o blues, o soul e o jazz, criando interpretações inesquecíveis. At Last se tornou um clássico atemporal, mas faixas como I’d Rather Go Blind mostram sua capacidade de traduzir dor e paixão em música.


Lutou contra desafios pessoais ao longo da vida, mas nunca perdeu sua força artística. Sem Etta, o blues teria sido menos profundo.




  1. Buddy Guy – O elo entre o passado e o futuro do blues

Buddy Guy – O elo entre o passado e o futuro do blues      Imagem: Divulgação
Imagem: Divulgação

Buddy Guy é o bluesman que construiu a ponte entre os mestres antigos e a revolução do rock. Com seu estilo incendiário na guitarra e uma voz cheia de alma, foi uma peça-chave para o blues moderno. Suas performances eram intensas e imprevisíveis, influenciando Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan.


Em faixas como Damn Right, I’ve Got the Blues, mostra que o gênero nunca perdeu sua relevância. Aos 80 e tantos anos, ainda sobe ao palco para provar que o blues está vivo – e gritando.


  1. Koko Taylor – A rainha do blues de Chicago

Koko Taylor – A rainha do blues de Chicago
Imagem: Reprodução

Koko Taylor trouxe ao blues uma energia crua e avassaladora. Nascida no Tennessee, foi em Chicago que encontrou sua voz, misturando o som do Delta com a eletricidade do blues urbano. Sua interpretação de Wang Dang Doodle se tornou um hino, e seu estilo direto, potente e sem firulas influenciou gerações de mulheres no blues e no rock.


Diferente de muitas cantoras da época, Koko não suavizava sua voz – ela a usava como um trovão. Até seus últimos dias, manteve a coroa de rainha do blues.



O blues é isso: dor, paixão, verdade. Cada um desses artistas deixou uma marca indelével, garantindo que essa música, nascida nas margens do Mississippi, ecoasse por toda a eternidade.

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