Segundo episódio de The Last of Us é brutal, devastador e inesquecível
- Marcello Almeida
- há 18 horas
- 2 min de leitura
Mesmo conhecendo a história do jogo, o impacto é outro quando a dor é televisionada com tanta potência narrativa

Por mais que a gente tente se preparar, por mais que a gente saiba o que está por vir, tem algo na maneira como The Last of Us conduz sua narrativa que desarma qualquer defesa emocional. O segundo episódio da segunda temporada chegou como uma bomba emocional — e deixou a gente no chão. Literalmente.
Quem jogou The Last of Us Part II já conhecia o destino de certo personagem. Já sabia que a dor viria, que a perda seria um marco. Mas há algo diferente quando a história é traduzida para o audiovisual, com atuações viscerais, cortes cirúrgicos e uma direção que não alivia em nada o impacto. A série da HBO não quer apenas contar uma história. Ela quer fazer você sentir. E sentir muito.
A brutalidade do episódio não está apenas na violência física — que é crua, seca, quase insuportável — mas na construção emocional do momento. O roteiro estica cada segundo de tensão, como se quisesse que o público tivesse tempo suficiente para sofrer junto. E quando o inevitável acontece, o silêncio que se segue pesa como uma rocha.
Pedro Pascal entrega uma atuação comovente, mesmo em cenas onde o olhar fala mais do que qualquer palavra. Mas é Bella Ramsey quem carrega o episódio nos ombros. A transformação da Ellie começa aqui — a perda, a culpa, o ódio, tudo se instala em seu olhar vazio e seu grito abafado. E ali, naquele instante, a série deixa claro que essa não é uma simples história de zumbis. É sobre o que a violência faz com as pessoas. Sobre o que resta quando tudo se perde.

Mais uma vez, Craig Mazin e Neil Druckmann mostram coragem em adaptar o game de forma fiel, mas não mecânica. A série não tem medo de ser incômoda, não tem medo de chocar. E talvez seja por isso que ela continue sendo uma das adaptações mais poderosas já feitas na TV.
The Last of Us não está aqui para entreter. Está aqui para nos quebrar. E faz isso com maestria.
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