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Foto do escritorTiago Meneses

Sarah Shook & The Disarmers, Revelations: vocais cativantes e instrumentações muito bem desenvolvidas

Revelations é um disco que se destaca por suas lindas composições, vocais cativantes e instrumentações muito bem desenvolvidas

Sarah Shook & The Disarmers
Foto: Jillian Clark


Sarah Shook & The Disarmers é uma banda americana de alt-country que se destaca por uma sonoridade que mistura o tradicional e o moderno de uma forma muito particular. Liderada por Sarah Shook, a banda é conhecida por suas letras sinceras e emotivas, que frequentemente abordam temas como relacionamentos complicados, luta pessoal e a busca pela independência. Sarah formou a The Disarmers em 2015, após o lançamento do seu álbum solo Sidelong em 2015. A banda inicialmente incluía Eric Peterson na guitarra, Aaron Oliva no baixo, Phil Sullivan na steel guitar e Kevin McClain na bateria.


Musicalmente, a banda combina elementos do country tradicional com influências de punk rock, criando um som distinto e enérgico. Essa fusão pode parecer inusitada à primeira vista, mas resulta em uma música vibrante e cheia de atitude, fazendo com que o seu som se destaque na cena musical justamente por essa habilidade de mesclar o velho e o novo, além de o tradicional e o rebelde, criando um espaço único dentro do alt-country.



Revelations é o quarto disco da banda e foi concebido para aqueles que buscam uma experiência mais vibrante e elétrica na música country. Diferentemente das melodias mais introspectivas e melancólicas que muitas vezes dominam o gênero, especialmente nas vozes de outras cantoras contemporâneas, este álbum oferece uma abordagem mais energética. As músicas são marcadas por guitarras elétricas e ritmos mais pulsantes, proporcionando uma alternativa refrescante às baladas acústicas típicas do gênero.


Vale salientar também, que o disco trouxe uma formação completamente nova, incluindo Sarah que passou a atender pelo nome de River – embora tenha mantido o nome da banda. Os músicos que a acompanham em Revelations são, Blake Tallent na guitarra – que já havia aparecido em Mighmare, disco anterior - Jack Foster na bateria, Andrew Lambie no baixo e Nick Larimore na steel guitar.


O disco inicia com a faixa-título, onde Shook parece abordar a ideia de uma luta contínua com problemas de saúde mental e frustração com as dificuldades da vida cotidiana, enquanto que musicalmente há uma combinação de melodias suaves e harmonias ricas muito bem trabalhadas. You Don’t Get to Tell Me apresenta um tema de autoafirmação e resistência, onde Shook expressa uma forte rejeição à ideia de que outras pessoas possam impor sentimentos ou verdades sobre ela. Possui um DNA muito mais calcado no rock, com influências sutis de música country.


Motherfucker entrega uma pegada country enérgica contagiante, com elementos característicos do gênero, como acordes marcantes e uma batida pulsante, além de letras fortes em que Shook faz uma declaração de revolta contra o abuso emocional e a manipulação em nome de alguém que está cansado de ser tratado como um brinquedo pelo abusador, estando determinado a enfrentá-lo.


Dogbane oferece um contraste intrigante entre a musicalidade e a temática abordada. Enquanto entrega algumas batidas bonitas e notas otimistas, a letra desenha um quadro vívido e poético do fim do mundo. Nightingale possui um ritmo mais lento e uma atmosfera melancólica, que deságua em rios blueseiros, criando um pano de fundo sonoro profundamente emotivo. A música contém uma narrativa poderosa sobre enfrentar desafios e continuar a avançar com determinação e orgulho.



Backsliders se destaca musicalmente por sua fluidez country excelente, caracterizada por ótimas linhas de guitarra e uma steel guitar charmosa que adiciona uma camada extra de autenticidade e nostalgia à peça. Já em termos líricos, a faixa aborda uma relação complexa e tumultuada, onde ambos os envolvidos têm dificuldade em se afastar um do outro. Stone Door também possui uma forte linha country clássica com linhas expressivas de guitarra. Aqui, Shook embarca em uma viagem de memórias intensas de um lugar significativo, sentimentos de liberdade e a ausência de uma pessoa especial durante esses momentos.


Criminal encerra o disco de uma maneira memorável, trazendo um toque de country no melhor estilo fora da lei e que estava faltando. É como se Shook mergulhasse profundamente em suas influências, homenageando nomes lendários como Merle Haggard e Johnny Cash, enquanto traz sua própria interpretação para o gênero. A música narra uma história envolvente, transmitindo uma sensação palpável de peso emocional, conflito interno e vulnerabilidade.



Revelations é um disco que se destaca por suas lindas composições, vocais cativantes e instrumentações muito bem desenvolvidas. Cada faixa é um testemunho do excelente trabalho de mixagem e produção, onde o detalhe sonoro é cuidadosamente lapidado para criar uma experiência auditiva rica e envolvente. Shook, mais uma vez, conduz o disco com uma maestria notável, mostrando uma direção clara e segura em cada uma de suas escolhas de caminho.

 

Revelations

Sarah Shook & The Disarmers


Ano: 2024

Gênero: Country Alternativo, Rock Alternativo

Ouça:  "You Don’t Get to Tell Me", "Backsliders", "Criminal"

Pra quem curte: Nikki Lane, Kaitlin Butts, Emily Nenni



 

NOTA DO CRÍTICO: 8,5

 

Assista o vídeo de "Criminal"


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