Em uma entrevista recente, Robert Smith, vocalista do The Cure, expressou sua insatisfação com o álbum 4:13 Dream (2008), afirmando que o resultado final não correspondeu à sua visão original e foi comprometido pela pressão de reduzir o projeto.
Ao conversar com Annie Mac e Nick Grimshaw, Robert Smith relembrou o processo criativo por trás de 4:13 Dream enquanto celebrava o lançamento do novo álbum da banda, Songs Of A Lost World. O novo trabalho marcou um marco significativo para o The Cure, alcançando o topo das paradas do Reino Unido pela primeira vez em 32 anos.
Refletindo sobre 4:13 Dream, Smith revelou que o álbum deveria ter sido um projeto duplo com uma proposta mais experimental, incluindo faixas instrumentais. Porém, a pressão para condensar o material em um único disco resultou em um produto que, segundo ele, ficou aquém de suas expectativas.
“Há 13 músicas dessas sessões que nunca foram lançadas. Era um álbum duplo e toda a ideia de '4:13 Dream' era que fosse como um sonho febril. Como se viu, não era. Não era nem perto do que eu queria que fosse."
“Aprendi uma lição [com isso], e talvez seja por isso que não fizemos outro álbum por tanto tempo! Eu odiava a ideia de entregá-lo no prazo. Foi minha própria culpa. Eu deveria ter ignorado todo mundo. Fiquei tão enojado com o processo de [ser] mercantilizado, e isso realmente me chateou muito.”
“Eu estava tentando fazer um álbum duplo, realmente estranho, que parecia um sonho febril. Mas fui pressionado a reduzi-lo, e isso nunca me deixou feliz”, explicou o vocalista. Ele também mencionou que há 13 músicas inéditas dessas sessões que poderiam ter integrado o projeto inicial.
Smith ainda refletiu sobre o impacto negativo do processo de produção, afirmando: “Fiquei tão enojado com a ideia de cumprir prazos e com o processo de mercantilização que isso me afastou por muito tempo.”
Apesar do desapontamento, o cantor demonstrou interesse em revisitar as faixas não lançadas para, finalmente, concretizar sua visão original: “Antes de cair, estou determinado a revisitar isso.”
O desabafo de Smith reforça a importância da liberdade artística, algo que parece ter sido recuperado em Songs Of A Lost World, um álbum que já é considerado um novo marco na carreira do The Cure.
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