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Foto do escritorEduardo Salvalaio

Resident Evil: Death Island traz personagens clássicos dos jogos em ação frenética e exagerada

Espere ação frenética, zumbis, criaturas aterrorizantes e, no final, aquele monstro gigante que toma quase a tela inteira.

Imagem Divulgação.


Dias atrás, foram divulgados os números das vendas do jogo Resident Evil 4 Remake pela Capcom, até agora: 4 milhões de cópias. A empresa fez de Resident Evil uma grande franquia e agora soma lucros exorbitantes, além de angariar uma legião de fãs. Infelizmente, se os jogos da franquia cada vez mais conquistam jogadores (em suas novas versões ou nos remakes), o mesmo não se pode dizer das produções cinematográficas (como aconteceu com a finada série da Netflix).


Os filmes live-actions não alcançaram um sucesso tão esperado porque a trama inventa demais, tem um roteiro mal elaborado e foge bastante das características dos jogos. Entretanto, as animações até que são menos desastrosas que os filmes. Caso de Resident Evil: Condenação (2012) que é um dos que receberam melhor aprovação pelos sites entre os jogadores.



Resident Evil: Death Island, a nova animação, nos leva para a ilha de Manhattan, propriamente para o presídio de Alcatraz. Trazendo os protagonistas clássicos e principais dos jogos, uma nova ameaça surge, mas agora com a tecnologia e a robótica influenciando a forma como a epidemia é disseminada.


Acontece que o universo cinematográfico de Resident Evil não muda bastante. Espere ação frenética, zumbis, criaturas aterrorizantes e, no final, aquele monstro gigante que toma quase a tela inteira e que precisa ser abatido com alguma estratégia extra. A franquia mudou bastante seus primórdios de Survival Horror para se embrenhar numa espécie de Blockbuster.

Também voltamos ao passado, para Raccoon City, onde vemos um grupo de soldados incumbidos de lidar com o caos causado pelas primeiras transformações de zumbis. Cena bem angustiante e que nos leva às origens dos acontecimentos.



No tempo atual, Jill invade uma casa atrás de possíveis sobreviventes e consegue trazer a nostalgia do clima investigativo e de sobrevivência que os jogos do passado reservavam. Infelizmente, esse início é bem diferente da segunda metade da animação que retira essa carga de mistério e suspense conforme vai se aproximando da metade. Essa atmosfera é que marcou o nome Resident Evil, porém está bem ausente em produções atuais.



Leon persegue um cientista que foi sequestrado por terroristas, entretanto encontra um percalço em seu caminho. Fica desolado e reclama apenas por estragarem sua moto, saindo ileso da empreitada. Inclusive, espere muitas piadinhas do personagem, isso mesmo quando a situação não é confortável ou ele se encontra em desvantagem.


Claire, com seu jeito mais inteligente e menos truculento, verifica orcas que apareceram mortas misteriosamente numa praia. E aqui, existe um Cris Redfield todo preocupado com Jill que acabou passando maus momentos nas mãos de Albert Wesker. Aliás, a animação pontua bem alguns fatos dos jogos (após RE 6) e também destaca um Chris ainda abalado pela morte do parceiro de equipe (evento trágico que aconteceu num dos jogos).


Alguns elementos foram adicionados para garantir um ar de novidade. Por exemplo, Jill e Leon juntos em muitas cenas do jogo (ambos não são vistos juntos nos jogos). A própria presença de Jill, que até hoje, é considerada uma das personagens mais queridas e importantes, até traz um frescor para a animação e uma carga dramática para uma personagem que precisa enfrentar seu passado e voltar à ativa.


Depois, também conheceremos o vilão. E se você prestou atenção aos detalhes, nem precisará ver o rosto dele para saber quem é. Então, o vilão citará seus planos maléficos, relevando tal ato como uma forma de exaurir todos seus traumas, num discurso bem clichê dentro do universo RE. O mundo precisa sentir a mesma dor que ele sente.


O embate final exagerado remete a algo da Marvel e nossa equipe pronta a salvar o mundo mais parece integrante dos X-Men do que personagens de carne e osso. Novamente estamos diante de cenas épicas e frenéticas que lembram alguns jogos da franquia (como RE3 Remake). Muito CGI, narrativa rasa. Tudo bem, isso é Resident Evil, em sua essência mais caótica, hollywoodiana e padronizada para a atual geração. E no resultado final, continua sendo melhor que as live-actions.

 

Resident Evil Death Island


Ano: 2023

Direção: Eiichirô Hausumi

Roteiro: Makoto Fukami

Elenco: Matthew Mercer, Nicole Tompkins, Kevin Dorman, Stephanie Panisello


 

NOTA DO CRÍTICO: 6,0

 

Trailer da animação:



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