Pérsia, do grupo Sobrevento nos apresenta diversas histórias por diversos caminhos.
Sentar em roda. Escutar, olhar. Tocar, ouvir e inventar músicas. Misturar sons. Brincar com a luz. Emocionar. Ladrilhar caminhos enquanto se dedilha um instrumento incomum. Lapidar memórias desenhando palavras. Ou apenas, contar histórias.
Pérsia, do grupo Sobrevento nos apresenta diversas histórias por diversos caminhos. Sem complexidade dramatúrgica, com grande suavidade nas falas, nos gestos, no tom e no ritmo da peça, descobrimos personagens e avançamos ampliando nossa imaginação acerca do que é (foi?) Pérsia. Um lugar, um tempo, uma passagem histórica?
O grupo se vale de pura poesia para nos apresentar essa belíssima peça. Destaque para a iluminação que nos surpreende desde que entramos no teatro até o final, com delicados detalhes. Um teatro que nos remete ao que é necessário enquanto sociedade: experenciar histórias. A mistura de instrumentos musicais iranianos com outros brasileiros, o reflexo dos depoimentos de estrangeiros ressoando na vida de integrantes do grupo, a metáfora da árvore, do deserto e das casas: as memórias povoando espaços áridos…. elementos que nos mostram como o grupo se bem valeu de sua experiência em Teerã para criar esse espetáculo. E tudo é dito em cena. O que nos aproxima do que está sendo apresentado, nos colocando em estado de comunhão com o teatro, bem longe daquela alienação proposta de tantas formas cotidianamente. Sentar em roda para escutar e compartilhar. Ter o tempo.
Sandra Vargas assina a dramaturgia e direção, junto com Luiz André Cherubini e estão em cena ao lado de Maurício Santana, Sueli Andrade, Liana Yuri e Daniel Viana.
A peça segue em cartaz até o final de julho, gratuitamente. Ao lado do metrô Bresser, em SP. Reservas e mais informações em: aqui.
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