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Foto do escritorMarcello Almeida

Pânico 6 mergulha na nostalgia em uma sequência divertida que almeja homenagear Wes Craven

Em um filme recheado de empoderamento feminino, muitas mortes e muito sangue jorrando em Nova York.

Paramount Pictures


Apesar de não alcançar a superação do filme original de Wes Craven, Pânico 6 é a melhor adição para franquia desde o segundo filme. O problema talvez more na longa e extensa saga de Ghostface. Porém, a sexta parte da saga slasher soa pungente, divertido, nostálgico e reavivou minha credibilidade em uma franquia que já teve o seu auge, mas depois se tornou mais do mesmo. Isso também não quer dizer que Pânico 6 seja uma revolução dentro da franquia, longe disso. Mas o filme, dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett consegue entreter no quesito diversão. O segredo talvez seja não esperar muito.


A trama desenrola após os últimos assassinatos de Ghostface, Pânico 5, os quatro sobreviventes deixam Woodsboro para trás e iniciam um novo capítulo. A vida de Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega) vira do avesso após novos assassinatos começarem a acontecer. O resto você já sabe de cor e salteado. O que percebemos (com um gosto retrô) com esse novo longa é que algumas características da franquia de terror, que ganhou o título de brutal ao longo dos anos, podem estar se tornando ultrapassadas, mas uma mudança no cenário e algumas tramas inventivas permitem que Pânico 6 se mantenha relativamente tolerado.



Talvez o grande vilão do filme seja a nostalgia, a narrativa perde muito tempo em aspectos do passado, em relembrar as tantas faces de Ghostface durante a saga e com isso esquece do suspense e do capricho de mortes impactantes, tudo soa muito previsível, os gritos que o telespectador pode soltar durante o filme serão de risadas e muito poucos de tensão e medo. Mas Pânico nunca tentou se levar muito a sério, e isso sempre fez parte do charme para te levar a conferir um novo filme da franquia sempre que é lançado.



A trama que se passa em Nova York poderia ter ganho uma nova desenvoltura explorando essa ambientação, criando cenas e sequências de perseguições por ruas e becos escuros. O roteiro até tenta algo parecido com uma cena em um metrô, mas nada, além disso. Existe também a tentativa de homenagear o lendário e saudoso Wes Craven, porém nesse aspecto acredito que James Wan é o diretor e roteirista que mais se aproxima do feito, dito Maligno de 2021. Os fãs da franquia também podem sentir falta da chave central dos filmes, a personagem Sidney interpretada pela ótima Neve Campbell, mas, por outro lado, podem se agraciar com Jenna Ortega que fez um grande sucesso recentemente com a série Wandinha da Netflix, mesmo que seu papel aqui não seja nada tão expressivo e relevante, mesmo assim, ela garante bons momentos.



Sem querer levar a coisa para assuntos sérios bem relevantes para o mundo atual e a realidade do nosso dia a dia, por mais que Pânico 6 não se leve muito a sério e foque numa remontagem do clássico de Craven, mesmo assim, ainda é possível tirar algumas mensagens da narrativa analisando o quarteto sobrevivente do filme anterior: duas mulheres latinas, uma mulher negra Queer e um homem negro?! Temos muito empoderamento feminino e inclusão.



Por mais que o roteiro transmita a sensação de uma história escrita pelo famoso chatGPT. Todos os elementos necessários foram embutidos, mesmo que de forma artificial eles estão lá afirmando ser uma sequência de Ghostface (detalhe para a máscara envelhecida, ponto certeiro). Os fãs mais radicais da franquia podem se divertir, mas não há nada de novo para oferecer nesta sequência que deixa pontas soltas para um novo filme. Considerando o sucesso de Pânico 6 nos cinemas e como funciona a indústria cinematográfica, não duvido.


Em resumo, uma sequência divertida, nostálgica que efetivamente busca aumentar a violência com a mesmice das mortes e se concentra em um drama emocional de irmãs e no laço de amizade que revela que o longa é sobre nada além de si mesmo. Você ainda continuará atendendo o telefone?

 

Pânico 6

Scream 6


Ano: 2023

País: EUA

Direção: Tyler Gillett, Matt Bettinelli-Olpin

Roteiro: James Vanderbilt, Guy Busick

Elenco: Jenna Ortega, Hayden Panettiere, Courteney Cox, Melissa Barrera, Tony Revolori, Henry Czerny, Samara Weaving, Dermot Mulroney

Classificação: 16 anos

Duração: 123 min


 

NOTA DO CRÍTICO: 6,5

 

Trailer:




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