Gal Costa. 1945-2022
"O sol brilha na estrada e eu nunca passei". Chega a ser inacreditável que a força poética carregada de sinônimos de resistência na música brasileira, hoje se calou (9 de novembro), Gal Costa deu seu adeus, mas sua obra, seu legado e sua magia vivera eternamente em nossos corações. Assim, vamos chegando ao fim desse triste dia, com aquele sentimento de impotência da vida perante a morte. Talvez essa seja a única certeza que tenhamos, porém, sempre é difícil aceitar perder alguém de imenso valor, alguém de suma importância para cultura pop brasileira.
Gal, foi símbolo de lutas na música brasileira e suas vertentes da MPB, Samba, Bossa Nova e do Rock. Com sua gigantesca, sedutora e potente voz se instalou no coração do Brasil e na alma de toda uma gente que soube ouvir seu canto, seu grito e sua mensagem. Gal, foi e continuará sendo considerada uma das maiores vozes femininas do Brasil.
A informação do falecimento da artista foi confirmada pela assessoria da cantora, mas, a causa da morte ainda é desconhecida. Ainda recente, a cantora havia anunciado uma pausa nos shows para se recuperar de uma cirurgia de retirada de um nódulo na fossa nasal direita.
Gal Costa tinha 77 anos, era cheia de vida, ela deixa o filho adotivo Gabriel Costa de 17 anos e nos deixa todo seu legado cultural artístico de canções marcantes como "Baby", "Lagrimas Negras", "Força Estranha" e muitas outras. Nem todas as palavras que colocarmos aqui, nessas linhas tortas de soluços serão suficientes para expressar sua grandeza e a falta que você já faz. Obrigado, imensa, Gal Costa.
Maria da Graça Costa Penna Burgos, conhecida como Gal Costa, nasceu no dia 26 de setembro de 1945 na cidade brasileira de Salvador, na Bahia.
Ela iniciou a carreira muito cedo. A sua estreia aconteceu em 1964 com o espetáculo “Nós, Por Exemplo...” ao lado de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Tom Zé. Cena que foi responsável pela inauguração do Teatro Vila Velha em Salvador. Pouco tempo depois, Gal se mudou para a cidade do Rio de Janeiro, e lá sua carreira musical decolou após conhecer o icônico João Gilberto.
Ainda na década de 60, mais precisamente no ano de 1966, ela participou do 1º Festival Internacional da Canção. A seguir em 1967, Gal lançou “Domingo” ao lado do ilustre Caetano Veloso e foi o seu primeiro de vários discos da sua gigantesca discografia.
Gal Costa sempre mostrou uma fervura muito grande, seja em suas músicas, seu posicionamento feminista, seu amor e defesa da arte brasileira, sua voz bela e impactante, sua postura forte e seu cancioneiro que fez uma mistura de Samba, MPB, Jazz, Eletrônica, Rock e outros gêneros musicais.
Com 31 álbuns de estúdio, 9 álbuns ao vivo e 7 álbuns de vídeo ela cantou com artistas como Criolo, Caetano Veloso, Rita Lee, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Chico Buarque, Luiz Gonzaga e Nelson Gonçalves que mostra muito bem como foi o seu lado eclético.
Seu último álbum "Nenhuma Dor", de 2021, Gal regravou músicas do seu repertório com nomes da música brasileira dos mais diversos gêneros musicais e idades. Obrigado, Gal Costa por sua arte, sua dedicação a cultura brasileira, seus fabulosos álbuns, seus ótimos shows e sua voz que impacta, embeleza, empatiza e embala os ouvidos com sua presença pelo mundo afora.
Se hoje a música brasileira e o gênero musical MPB são ricos, se deve a você eterna estrela que revolucionou a cultura no Brasil. Descanse em paz, Gaúcha! Seu legado será eterno e nós seremos os órfãos de um som sinônimo de resistência, garra e amor por sua terra. Um alento para futuras gerações. Adeus, Gal. Te amamos!
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