Em um podcast, Cave chamou a posição de Waters de "profundamente embaraçosa"
O cantor australiano Nick Cave, líder da banda Nick Cave and the Bad Seeds, criticou recentemente o apoio de Roger Waters, ex-baixista do Pink Floyd, ao movimento BDS (Boycott, Divestment and Sanctions), que pede boicotes a Israel em razão do conflito com a Palestina. Em um podcast, Cave chamou a posição de Waters de "profundamente embaraçosa" e diferenciou sua postura da de Brian Eno, também defensor do boicote, mas descrito por Cave como “um indivíduo atencioso”. Ele afirmou que boicotar Israel é, em sua visão, punir injustamente o público israelense.
Waters respondeu às declarações de Cave em um vídeo nas redes sociais, onde leu uma resposta que enviou ao jornal britânico The Independent, criticando o posicionamento de Cave e reforçando seu apoio ao BDS. Waters descreveu, de forma dramática, a situação dos palestinos, e apelou diretamente a Cave para reconsiderar sua posição: “Nick, cada gota preciosa de empatia, cada mão amorosa estendida, cada voz levantada em harmonia conta. [...] Agora, Nick, devo encontrar um lugar para enterrar os pedaços do meu filho.”
O ex-membro do Pink Floyd também relembrou que, após uma apresentação em Israel, Nick Cave chamou ele e Brian Eno de “covardes”. Waters já havia respondido anteriormente com um artigo fictício intitulado “The Road To Damascus”, no qual ele narra uma jornada imaginária com Cave a um show em Israel. No texto, Waters descreve um encontro com um palestino agredido por soldados israelenses que suplica para que eles apoiem o boicote cultural. Waters então decide aderir ao movimento BDS, enquanto Cave insiste em seguir com o show, ilustrando suas divergências sobre o tema.
O conflito público entre os dois artistas reflete divisões mais amplas sobre o BDS e a questão palestina, com opiniões polarizadas sobre o papel dos artistas no contexto político global.
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