Naive Boy Super Lash é irônico, nonsense e divertido em sua efêmera duração

A diversão está garantida com algumas surpresas e risos pelo caminho, embora seja efêmera (menos de 1 hora e praticamente sem fator replay).

A desenvolvedora independente de jogos Green Lava Studios é conhecida pelos jogos irreverentes que possui. My Name Is Mayo (2016), por exemplo, nos leva a apertar inúmeras vezes um único botão num pote de maionese para revelar histórias surreais e humoradas. O jogo fez tanto sucesso que acabou tendo duas sequências (em 2020 e 2022).

Apesar da jogabilidade totalmente simples que os jogos da empresa possuem, ficaram bem conhecidos na comunidade gamer, um tanto por conta da platina fácil que vira um atrativo e tanto para os caçadores de troféus. Também costumam ser baratos e não levam mais que uma hora para terminar.

A nova criação da empresa é Naive Boy Super Lash (2024). Novamente, temos um jogo fácil de aprender, longe de complexidades, rápido de finalizar, repleto de humor, extravagâncias e até mesmo com algumas doses de erotismo.

Agora controlamos Jim-Jack Rousseau, um homem que desenvolveu uma habilidade extraordinária com o chicote. Então, num formato de cenários na perspectiva top-down (vistos de cima pra baixo), acompanhamos a vida de Jim desde sua adolescência na fazenda da família até chegar na vida adulta executando trabalhos na cidade.

Em 2020, com Freddy Spaghetti (2020), tivemos a oportunidade de vivenciar a estranha trajetória de um espaguete desajeitado. Agora é a vez de controlar um chicote inquieto de um personagem descobrindo sobre sua habilidade e como usá-la melhor.

Basta andar pelos cenários e com o analógico direito sair girando nosso chicote. Em cada lugar que passamos existe uma missão específica. Recolha ovos, assuste pombos e nem mesmo os chefes ficaram de fora (com barra de sangue e atirando projeteis, que até garantem um desafio extra).

Bater em pombos e cabras? Limpar a sujeira de uma pizzaria sem se importar com alguns clientes no recinto? E o que dizer de trabalhar num clube de sadomasoquismo e de garantir a felicidade dos frequentadores do lugar? Espere uma jornada que já começa, de forma surreal, dentro do útero da mãe do personagem.

O humor dessa turma é esculachado, apimentado e subversivo. Pode ser um tanto perigoso e ofensivo nos dias atuais, sobretudo se for mal compreendido. Nem mesmo a comicidade e a ironia ficaram de fora dos créditos finais onde os próprios criadores lançam seus agradecimentos e trazem alguns fatos sobre a concepção do jogo e até sobre a vida deles.

Embora possa soar maçante ficar girando um chicote e não sair disso, o jogo surpreende mais que My Name Is Mayo (que é dos mesmos criadores). Convenhamos que é muito melhor e mais criativo passar por distintos cenários com um personagem executando missões do que ficar clicando num objeto o jogo inteiro.

A diversão está garantida com algumas surpresas e risos pelo caminho, embora seja efêmera (menos de 1 hora e praticamente sem fator replay). Como a ficção mesmo sugere, não leve as coisas tão a sério em algumas ocasiões ou em momentos das nossas vidas. A versão testada foi a de PS4.