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Mulheres no vinil: elas estão comprando, tocando e produzindo — mas ainda enfrentam um mercado desigual

No embalo da volta do vinil ao gosto popular, um estudo recente jogou luz sobre uma pergunta essencial: quem são as mulheres que fazem esse mercado girar no Brasil?

mulher em uma loja de discos e vinis
Jamakassi/Unsplash

A pesquisa foi conduzida pela jornalista, DJ e pesquisadora Daniella Pimenta, fundadora da comunidade Her Vinyl Brasil, em parceria com a Noize Record Club e a Revista Noize. O levantamento, feito entre os assinantes do clube de discos, analisou o cenário em 2024 e trouxe dados que ajudam a entender onde estamos — e pra onde ainda precisamos ir.



Entre os respondentes, 54,1% se identificam como homens e 43,7% como mulheres. A maioria tem entre 26 e 35 anos e vive nas regiões Sudeste e Sul. Nas coleções, a presença feminina ainda é tímida: em 36,9% dos casos, há entre 10 e 50 discos de artistas mulheres — isso dentro de acervos que podem passar de 200 álbuns.


Apesar disso, o consumo de lançamentos femininos é frequente: 60,6% dizem comprar regularmente. E os motivos vão do gosto pessoal (92,3%) até o apoio à igualdade de gênero na indústria (29,5%).


Mas o dado mais impactante vem do mercado: 69,6% dos entrevistados não conhecem lojas de vinil geridas por mulheres, e 65,5% nunca compraram em espaços comandados por elas. Resultado? 64% acreditam que as mulheres ainda não têm representatividade suficiente nesse universo.



Daniella aponta a importância de ampliar essa discussão e seguir pesquisando. “Queremos entender melhor os desafios e, mais ainda, construir caminhos”, disse ela.


Mais do que uma estatística, é um convite à ação. Valorizar o trabalho feminino nesse setor é essencial pra que o som continue rodando — com justiça, diversidade e potência.

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