Morte do Papa Francisco impulsiona audiência do filme Conclave, que cresce 283% em 24h
- Marcello Almeida
- há 21 horas
- 2 min de leitura
Obra sobre bastidores do Vaticano vira febre no streaming após a morte do pontífice mais progressista da era moderna

A morte do Papa Francisco, ocorrida na manhã desta segunda-feira (21), aos 88 anos, provocou uma onda de comoção global — e, com ela, um fenômeno curioso: o súbito aumento na audiência de filmes sobre o Vaticano. O principal deles, Conclave, registrou uma alta de 283% nas transmissões no mesmo dia, segundo dados da Luminate divulgados pela Variety.
A causa oficial da morte do pontífice foi um derrame cerebral, seguido de “colapso cardiocirculatório irreversível”, conforme comunicado emitido pela Santa Sé. Assim que a notícia se espalhou, o longa Conclave — lançado nos cinemas do Reino Unido em novembro passado — saltou de 1,8 milhão de minutos assistidos no domingo (20) para 6,9 milhões de minutos no dia seguinte, 21 de abril.
Estrelado por Ralph Fiennes e indicado a oito Oscars (incluindo o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado), o filme retrata o processo secreto de escolha de um novo Papa, a partir da reunião do Colégio dos Cardeais — o Conclave. Fiennes interpreta o reitor que conduz a eleição e desvenda escândalos ocultos entre os candidatos, em um thriller político e espiritual que agora ganha nova dimensão diante da realidade.
A precisão do filme foi elogiada por especialistas religiosos nos últimos dias, justamente quando o mundo se prepara para assistir à versão real do processo retratado em tela. O conclave papal é um ritual secular repleto de simbolismos, mas que também envolve tensões políticas, estratégias internas e disputas de poder.
Outro título relacionado ao Vaticano também teve crescimento explosivo: o drama da Netflix Dois Papas (2019), com Anthony Hopkins e Jonathan Pryce, subiu 417% em audiência. No domingo, foram 290 mil minutos assistidos; na segunda, 1,5 milhão — um reflexo claro do interesse renovado pelo legado de Francisco e pelo processo que se inicia.
O impacto cultural da morte do Papa Francisco ultrapassa os muros da fé. Considerado o pontífice mais progressista da era moderna, ele foi símbolo de diálogo inter-religioso, combate à pobreza e críticas ao consumo desenfreado. Sua postura humanista conquistou o carinho de artistas como Martin Scorsese, Bono, Leonardo DiCaprio, Katy Perry, Orlando Bloom e Angelina Jolie, que estiveram com ele em audiências públicas ao longo dos anos. “Ele tinha carisma, empatia e coragem para desafiar estruturas arcaicas”, escreveu Whoopi Goldberg nas redes sociais.
O luto, portanto, não é apenas da Igreja. É também do cinema, da cultura e de uma geração que, entre fé e política, encontrou em Francisco uma figura de esperança em tempos conturbados. A corrida pelo novo Papa já começou — e o mundo, mais uma vez, assiste atento, entre a fumaça branca da Capela Sistina e as telas de streaming.
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