Morre Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura e ícone do “boom latino-americano”
- Marcello Almeida
- há 1 dia
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Escritor peruano faleceu aos 88 anos em Lima; família confirmou que cerimônia será privada

Mario Vargas Llosa, um dos maiores nomes da literatura em língua espanhola, morreu neste domingo (13), aos 88 anos, em Lima, no Peru. O falecimento foi confirmado pelo filho, Álvaro Vargas Llosa. A causa da morte não foi divulgada.
“Nosso pai faleceu cercado pela família, em paz. Sua obra o sobreviverá”, escreveu Álvaro nas redes sociais, informando que os restos mortais do escritor serão cremados, conforme desejo expresso por ele. Não haverá cerimônia pública.
"É com profundo pesar que anunciamos que nosso pai, Mario Vargas Llosa, faleceu hoje em Lima, cercado pacificamente por sua família", escreveu nas redes sociais.
Nascido em Arequipa, em 1936, Vargas Llosa construiu uma das carreiras mais influentes da literatura latino-americana. Ao lado de Gabriel García Márquez, Julio Cortázar e Carlos Fuentes, foi protagonista do chamado “boom” literário das décadas de 1960 e 1970. Entre suas obras mais célebres estão A Cidade e os Cachorros (1963), A Casa Verde (1966) e Conversa no Catedral (1969). Seu último romance foi Tempos Ásperos, publicado em 2019.
Vencedor do Nobel de Literatura em 2010, foi reconhecido por sua “cartografia das estruturas de poder” e suas narrativas sobre “resistência, revolta e derrota individual”. Traduzido para mais de 30 idiomas, também foi agraciado com o Prêmio Cervantes, o Príncipe de Astúrias, o Rómulo Gallegos, entre outros.
Apesar da carreira literária consolidada, Vargas Llosa teve trajetória marcada por posições políticas polêmicas e uma candidatura à presidência do Peru em 1990. Distanciou-se da esquerda após romper com o regime cubano e passou a defender o liberalismo como bandeira. “Quando escrevo, a política é secundária. A literatura é maior”, disse certa vez.
O autor hispano-peruano foi o primeiro a ocupar uma cadeira na Academia Francesa sem nunca ter escrito em francês. Também era membro da Real Academia Espanhola, da peruana e sócio-correspondente da Academia Brasileira de Letras.
Vargas Llosa queria continuar escrevendo até o último dia de sua vida. E cumpriu sua palavra.
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