O projeto solo não apenas ilumina suas capacidades criativas, mas também abre portas para um futuro promissor fora dos limites do Chvrches.
Após uma década liderando o Chvrches, Lauren Mayberry embarca em uma jornada solo com Vicious Creature, um álbum que desvela emoções guardadas e oferece uma nova dimensão à sua carreira artística. A vocalista aborda temas que, segundo ela, "não podia ou não queria escrever" no contexto da banda, enquanto explora uma ampla gama de sons e estilos.
O disco começa com a eletrizante Something In The Air, um hino que combina indignação e energia pulsante. O tom muda com Crocodile Tears, uma faixa retrô com influências do movimento New Romantic, e com Mantra, que mergulha em um refrão hipnótico e sombrio. A intensidade teatral se mantém em faixas como Punch Drunk e Change Shapes, embora algumas influências mais familiares do pop dos anos 2010 pareçam ecoar nessas composições.
Momentos mais introspectivos surgem em Are You Awake e Oh, Mother, que destacam a vulnerabilidade de Mayberry através de baladas suaves e minimalistas, revelando o coração emocional do álbum. Contudo, algumas faixas, como Sorry, Etc e Sunday Best, ficam aquém ao revisitar estilos familiares sem inovar plenamente.
Embora Vicious Creature às vezes pareça um experimento de ideias ainda em desenvolvimento, ele reflete um novo capítulo para Mayberry, permitindo-lhe explorar uma liberdade artística inédita. O projeto solo não apenas ilumina suas capacidades criativas, mas também abre portas para um futuro promissor fora dos limites do Chvrches.
É uma jornada de autodescoberta que, embora ainda em construção, mostra o potencial de uma artista que está apenas começando a desvendar novas camadas de sua expressão musical.
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