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Labirintos de Zan é o début afiado e enérgico do quinteto capixaba Elemento 26

Nove faixas em 39 minutos, com energia, músicos afiados e som que mistura Psicodelia, Prog Rock, Rockabilly e Ska

O Espírito Santo está em constante desenvolvimento cultural. Apesar disso, a Música que acontece nesse estado ainda fica um pouco fora dos holofotes do circuito nacional, mesmo que no passado tenha revelados nomes famosos como Roberto Carlos, Nara Leão, Sérgio Sampaio, entre outros.

De uns anos pra cá, o estado não parou de trazer novidades interessantes. Silva, Mukeka Di Rato, Zémaria, terrortubo, Gimu, Dead Fish, Lordose Pra Leão. Não faltam opções para quem curte os mais variados gêneros como, por exemplo, MPB, Rock e Eletrônico.

Do município de Cariacica temos a banda Elemento 26. Recapitulando, na tabela periódica, tal elemento representa o Ferro. Por conta disso, quem sabe, a banda assumiu esse nome. Algo rígido, porém maleável. Formada desde 2017, o primeiro trabalho chegou em 2021 com um EP intitulado “Sonhos de Endlich”.

O quinteto ganhou mais forças em 2022 quando teve a iniciativa de criar o CARIACROCK, evento responsável por contar com outras bandas locais. De forma esporádica o grupo foi lançando alguns singles, prontos para em 2024 chegar com o aguardado début “Labirintos de Zan”.

Nove faixas, não mais que 39 minutos, representando energia, músicos afiados e uma sonoridade permeada por Psicodelia, Progressive Rock, Rockabilly e Ska. Claro que ainda existe espaço para nossa brasilidade e gêneros como o Congo e o Samba também não ficam de fora.

‘Fotossíntese’ passa uma ideia de que a banda realmente bebeu bastante da fonte de Boogarins e Mutantes. Isso é bom para uma faixa de abertura que precisa convencer. Em seguida, ‘Clorofila’ constata outra forte influência para a banda, Pink Floyd.

‘Paranóia’ intercala sabiamente elementos do Rock com Samba. A letra também diz muito sobre o cotidiano e a ansiedade dos tempos modernos: ‘Mais uma noite a insônia me beijou / E a paranoia deve tá me vigiando / Toda vez que você vem é confusão, no meu coração /Deixam meu barraco todo bagunçado e me largam, junto da solidão’.

‘Metamorfose’ traz influências de Barão Vermelho, realçando bastante a guitarra. ‘Casulo’ tem um andamento mais suave, optando por uma letra pessimista e melancólica. ‘Farol’ começa tímida, recebe um solo marcante de guitarra e vai se alternando entre calmaria e peso.

‘Borboleta’, com mais de 7 minutos de duração, é envolvida por uma cozinha acentuada que constrói uma parede sonora maciça junto a guitarras pesadas. ‘Verde-Do-Mar’ é cantada praticamente em forma de monólogo, com um refrão poderoso que reforça a sintonia ‘peso-melodia’ da faixa.

Um début com energia, adequado para lançar um grupo disposto a alçar voos além do Espírito Santo. Assim é “Labirintos de Zan”. Um disco que precisa estar na lista de quem pretende conhecer um pouco mais da música que é feita em território capixaba.