27 de out. de 20222 min de leitura

Jade Imagine faz de Cold Memory um lugar para amadurecer sua sonoridade encorpada

Exatamente da Austrália, precisamente de Melbourne, nos chega o trio Jade Imagine

Existe uma regra que aprendi quando comecei a ouvir música com dedicação desde os meus 15 anos de idade: sempre preste atenção na música que sai da Austrália. O país, claro, sempre correu por fora e, injustamente, não recebeu a mesma atenção devida, sobretudo em épocas onde o eixo Inglaterra-Estados Unidos foi o centro maior das atenções em revistas de música e nos comentários dos ouvintes (a exemplo da década 80’s).

Exatamente da Austrália, precisamente de Melbourne, nos chega o trio Jade Imagine. Formado pela cantora Jade Mclnally, pelo guitarrista Tim Harvey e a baixista Mdeline Lo-Booth, o grupo chega ao segundo trabalho, “Cold Memory”. Na bagagem já contam com o début “Basic Love” (2019). Embora pareçam ter pouca experiência, os australianos já participaram de eventos famosos como o SXSW e estiveram ao lado de grandes nomes como Angel Olsen, The Pretenders e Alvvays em vários shows.

Contando com a participação de outros músicos, a intenção do trio é fazer uma sonoridade encorpada, todavia sem sair do Indie Rock básico. Na criação musical do Jade Imagine, instrumentos se aderem num bloco maciço onde sintetizadores, guitarra, percussão e piano se sentem confortáveis.

Abraçando o 60’s com uma influência Beatleniana , ‘I Guess We’ll Just Wait’ abre bem o álbum. O pop radiante e instantâneo de ‘Instinct That I Wanna Know’ convence. ‘Cold Memory’, um dos destaques do disco, prova o poder de fogo do trio em conceber refrões ganchudos. Embora a voz de Jade Mclnally domine o disco, o dueto entre vocal feminino e masculino é outra boa opção para a musicalidade do grupo, exemplo de ‘Down To Us’.

Enquanto ‘Lines’ percorre uma direção bem acústica com a banda desejando estar próxima do Folk, por outro lado, ‘Get Light’ traz densidade através de instrumentos mais enérgicos inclusive com destaque na guitarra. Uma banda não tão nova e com uma experiência em desenvolvimento, originária daquele país chamado Austrália que precisa servir sempre de referência para o ouvinte pesquisador de novos sons.