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Foto do escritorEduardo Salvalaio

Instinto animal, maternidade e sobrevivência engrandecem Endling – Extinction Is Forever

Endling – Extinction Is Forever não é tão original, pega muitas ideias emprestadas de outros jogos. Todavia, chega com triunfo em sua proposta.

Foto: HandyGames


Jogo de sobrevivência não é para qualquer um. A morte é sempre uma constante. Não passar fome, racionar provisões, cuidar de si mesmo ou de alguém, curar os ferimentos, aguentar as mudanças de tempo, se esconder de algum perigo. Geralmente essas ações são constantes em jogos que testam nossos limites, que nos deixam à flor da pele em cada minuto que passa e que nos colocam diante de um território hostil, selvagem e escasso de recursos.


Desenvolvido pelo espanhol Herobeat Studios e publicado pela empresa alemã HandyGames, Endling – Extinction Is Forever chega com elementos de Aventura e de Sobrevivência. O jogo evidencia a força que os estúdios independentes tem alcançado nestes tempos. Fato que já tinha acontecido com Stray e Gris, jogos sem muitas expectativas e comentários pela internet que acabaram gerando surpresas e ganharam adeptos entre comunidades de jogadores.



Se Stray ganhou muito de sua fama após ficar gratuito na PNS Plus, o mesmo vale para Endling – Extinction Is Forever. A gratuidade acabou virando uma estratégica alavanca. No jogo, precisamos controlar uma raposa em todo seu instinto de sobrevivência. Sem capítulos, devemos sobreviver por 30 dias. Mas, nossa querida personagem não está sozinha. É mãe de alguns filhotes que precisamos cuidar em todo esse tempo.




Entretanto, uma das raposinhas é capturada por um caçador. Então, o jogador precisa gerenciar seu ciclo diário com procura por alimentos para os 3 filhotes e também farejar pistas da raposinha que caiu na armadilha do caçador. Com um mapa à disposição, precisamos encontrar latas de lixo, animais mortos, árvores frutíferas e até fast-foods para que a família de raposas não morra de fome.


Estudar melhores caminhos e atalhos também ajuda na tarefa, pois, quanto mais tempo passarmos fora do abrigo da toca, mais é a fome e o frio que aumentam e podem acabar matando algum dos animais. O jogo só termina caso a raposa mãe morra. O número de filhotes que sobrevivem determinam alguns finais e troféus do jogo, então, claro que é importante mantê-los todos vivos.


Apesar de não ser tenso de uma forma geral, o maior inimigo do jogo ainda é o tempo. Contudo, caçadores, predadores e armadilhas espalhados pelos cenários também nos desafiam, porque, muitas vezes, mesmo conseguindo escapar, podemos nos machucar e, dessa forma, andarmos mais devagar atrapalhando a busca por alimentos.


Pelos cenários ou conforme os dias vão passando, também ganhamos habilidades para os filhotes. Muito importante para ajudar na sobrevivência deles. Isso aumenta o poder de exploração porque alguns recursos escondidos serão apenas encontrados conforme a habilidade que já possuímos.


Para dar mais variedade, encontramos tocas diferentes em nossa jornada. Conforme avançamos no jogo, o cenário aumenta e abre outros caminhos, muitas vezes mais perigosos e com outras surpresas. Você pode até fazer tarefas extras como encontrar algum filhote de texugo perdido ou mesmo libertá-lo de alguma armadilha. Tudo depende de seu senso de exploração e do seu gerenciamento de tempo que ainda possui.



Os criadores realçaram muito bem o instinto animal do jogo. A luta pela sobrevivência, o faro que nos guia até pistas e recursos, a observação ao redor, a fácil adaptação aos mais variados tipos de ambientes. Citando os cenários, interessante ver paisagens selvagens bonitas, embora o jogo preze por mostrar a poluição e a invasão humana contrastando com isso tudo.


Também é preciso destacar a força da maternidade. Desde o esforço da raposa em manter seus filhotes vivos até o momento que ela os agrada com brincadeiras, a sensibilidade é tocante e serve de inspiração para nós, humanos.

O jogo rodou bem (para a resenha, foi testada a versão de PS4). Alguns loadings demorados ao sair da toca, em contrapartida, percorrer o mapa é feito com fluidez e sem quedas de frames. Em certo momento, uma máquina de venda útil para alimentarmos as raposas também não pode ser acessada, era como se tivesse ficado travada. Mas, para sanar esse glitch, bastou sair para o menu principal e continuar recomeçando o dia. Não aconteceram problemas com salvamento, o que costuma ser algo irritante.


O tutorial acaba sendo meio vago, não tão claro. Tudo bem que a intenção é soar como algo bem ao estilo sobrevivência, tentar fazer o jogador se encaixar no padrão do jogo. Entretanto, para um jogador infantil ou não tão acostumado ao gênero isso pode incomodar . O jogo pode ser terminado entre 50 a 80 minutos e, infelizmente, uma segunda jogatina talvez não atraia muitos jogadores.



Endling – Extinction Is Forever não é tão original, pega muitas ideias emprestadas de outros jogos. Todavia, chega com triunfo em sua proposta. De nos fazer pensar em sobrevivência, de cuidar de quem gostamos e de buscar forças para atravessarmos obstáculos em nossos objetivos. O final pode chocar alguns jogadores, mas a experiência é bela e totalmente indicada para quem gosta desse gênero ou mesmo que está pretendendo entrar nele.

 

Endling – Extinction Is Forever


Lançamento: 19 de julho de 2022

Gênero: Aventura

Desenvolvedor: Herobeat Studios

Plataformas: PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch

Modo: Jogo eletrônico para um jogador



 

NOTA DO CRÍTICO: 7,5

 

Trailer do jogo







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