Sete anos após sua última visita ao país, o quarteto demonstrou que está plenamente ativo e atento.
O que dizer do Garbage, uma banda indie com mais de três décadas de existência, verdadeiros sobreviventes de uma cena musical vulcânica? A banda, liderada pela talentosa Shirley Manson (que também é modelo) e pelo baterista e produtor Butch Vig, reconhecido por produzir pérolas do grunge como "Nevermind" do Nirvana, "Dirty" do Sonic Youth e "Siamese Dream" do Smashing Pumpkins, se apresentou hoje no The Town. Eles transformaram o palco Skyline em um ambiente enérgico, reafirmando sua importância e relevância na música.
Sete anos após sua última visita ao país, o quarteto demonstrou que está plenamente ativo e atento. Em 2021, a banda lançou o álbum inédito e politicamente carregado intitulado "No Gods No Masters", no qual aborda críticas aos detentores de riqueza e poder, assim como questões relacionadas ao sexismo que Shirley Manson enfrentou ao longo dos anos e ao racismo. No ano seguinte, lançaram também uma antologia.
E não poderia ser diferente, o show deu início com grande energia, apresentando as músicas "Supervixen" e "#1 Crush" do álbum de estreia "Garbage" lançado em 1994. Shirley Manson chegou a expressar sua gratidão soltando um palavrão e um sincero "obrigada" ao ver a plateia cantando junto.
Shirley Manson, vestida com uma combinação de rosa e preto, possui uma presença tão impactante quanto o histórico de Butch Vig. Sua voz é versátil, indo desde um lamento melancólico, como em "Crush", até a expressão de uma raiva apocalíptica, como em "The Men Who Rule the World". Isso permanece até que "Run Baby Run", a faceta mais alegre do Garbage, lembra ao público que a banda também tem influências da dance music dos anos 90.
Outro momento explosivo e nostálgico durante o show ocorreu durante a execução de faixas como "Stupid Girl", que evocou memórias dos dias áureos da MTV. Nesse momento, não era mais a mesma banda que iniciou o show; era uma banda brilhante e otimista, totalmente segura de seu lugar no cenário musical, e o público estava plenamente consciente disso.
A apresentação assumiu uma atmosfera mais leve, especialmente durante a execução de "Run Baby Run". Shirley Manson soltou mais um palavrão para expressar sua gratidão pela presença do público e fez questão de destacar que, assim como o Foo Fighters, o Garbage é uma banda da era dos anos 90. Ela enfatizou: "Somos sobreviventes". Esse discurso abriu espaço para a performance de "Wolves", também presente em seu trabalho mais recente.
Este texto também deve destacar o emocionante e explosivo cover de "City in Dust", originalmente de Siouxsie and the Banshees. Foi um momento efervescente que reavivou a aura dos bons sons dos anos 90. Aliás, a atmosfera do show foi impregnada de nostalgia underground. Para aqueles que viveram intensamente essa época nos anos 90, sentiram-se profundamente acolhidos pelo Garbage durante sua apresentação no The Town hoje.
A apresentação poderia ter sido estendida para incluir outras músicas marcantes da longa trajetória da banda, como a divertida "Cherry Lips" e a provocativa "Queer". No entanto, mesmo assim, é evidente que a plateia estava animada e aquecida para a atração principal da noite. Um show tecnicamente perfeito para uma audiência talvez mais preocupada com a chegada do Foo Fighters.
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