“For Unlawful Carnal Knowledge” é uma obra-prima do Hard Rock que merece seu lugar entre os grandes discos dos anos 90
Quando se pensa em grandes discos de 1991 muitos pensam nos mais óbvios, porém, o Van Halen também lançou um ótimo disco que merece ser lembrado e celebrado. Lançado em 17 de junho de 1991, “For Unlawful Carnal Knowledge” consolidou a banda como um dos maiores nomes do Rock e do Hard Rock da história. Mesmo enfrentando algumas críticas iniciais, o tempo provou que este disco merece estar ao lado de clássicos como Nevermind, do Nirvana, e Ten, do Pearl Jam. A diferença fundamental? Enquanto Nirvana e Pearl Jam foram pilares do movimento Grunge, Van Halen entregou uma obra-prima de Hard Rock refinada, cheia de energia, técnica e paixão.
Este álbum, frequentemente apelidado de F.U.C.K. pelos fãs devido ao seu título provocativo, marca um dos pontos altos da era "Van Hagar", com Sammy Hagar nos vocais. Hagar brilha intensamente, trazendo interpretações carregadas de emoção, potência e versatilidade que elevam cada faixa. Comparar com a fase de David Lee Roth é desnecessário, pois “For Unlawful Carnal Knowledge” tem identidade própria, destacando-se por sua maturidade e coesão.
A MTV foi crucial na promoção do álbum, com videoclipes memoráveis como "Right Now", “Poundcake” e "Top of the World" sendo massivamente exibidos, garantindo ao Van Halen destaque no MTV Video Music Awards de 1992, onde o disco foi amplamente celebrado. Além disso, a sintonia entre os integrantes – Eddie Van Halen, Alex Van Halen, Michael Anthony e Sammy Hagar – é inquestionável, resultando em um trabalho que combina técnica impecável com criatividade, e que é muito bem percebido em suas onze faixas.
“Poundcake” abre o álbum com uma furadeira elétrica usada como introdução. Nisso, Eddie Van Halen prova mais uma vez ser um dos guitarristas mais inovadores e geniais da história. A música é um Hard Rock poderoso, com um riff icônico e a energia característica de Sammy Hagar nos vocais. Uma declaração de intenções que mostra a força do disco desde o início.
Com riffs pesados e uma bateria marcante de Alex Van Halen, “Judgement Day” é uma explosão de energia. A letra aborda desafios e superações, mantendo o ouvinte em sintonia com o peso e a intensidade da composição.
Com uma pegada bluesy, “Spanked” explora sonoridades mais descontraídas, mas sem perder o vigor. A inclusão do slide guitar dá um toque único, enquanto a letra traz um tom provocativo.
Um exemplo clássico do Hard Rock acessível do Van Halen que conquista novos e velhos fãs de Rock. Com um refrão cativante e um groove contagiante, “Runaround” rapidamente se tornou uma das favoritas dos fãs e um dos destaques nas rádios.
Como música mais experimental do disco, “Pleasure Dome” apresenta uma estrutura complexa e atmosférica, com Eddie explorando texturas diferentes em sua guitarra. Hagar entrega vocais expressivos, que casam perfeitamente com o instrumental elaborado.
“In N’ Out” traz uma crítica social embalada em riffs groovados e um refrão marcante. A música equilibra bem técnica e acessibilidade, destacando a habilidade da banda de criar músicas com mensagens fortes sem abrir mão da diversão.
Com uma linha de baixo poderosa de Michael Anthony e uma pegada acelerada, “Man on a Mission” é pura adrenalina. A energia de Hagar nos vocais complementa o instrumental frenético, tornando-a um dos pontos altos do disco.
Com letras mais reflexivas e uma pegada mais melancólica, “The Dream Is Over” explora temas de desilusão e realidade. Eddie Van Halen entrega um solo emocionante que complementa perfeitamente o tom da faixa.
Um dos maiores sucessos do álbum, "Right Now" é uma peça icônica do Van Halen. Com uma abordagem mais séria e politizada, a faixa é impulsionada pelo piano de Eddie e pela performance inspirada de Hagar. O clipe ganhou notoriedade na MTV, vencendo o prêmio de Vídeo do Ano no MTV Video Music Awards de 1992 e foi fundamental para a banda ganhar o Grammy como melhor performance de Hard Rock em 1991.
“316” é uma peça instrumental delicada e introspectiva, dedicada ao filho de Eddie, Wolfgang Van Halen. É uma pausa emocionante no álbum, mostrando o lado mais sensível e técnico do guitarrista.
Encerrando o álbum com chave de ouro, “Top of the World” tem uma carga extremamente otimista e energética a ponto de ser considerado como um autêntico hino de celebração. O refrão é cativante e memorável, deixando o ouvinte com a sensação de satisfação e grandiosidade que define o álbum.
Pode-se concluir que “For Unlawful Carnal Knowledge” é uma obra-prima do Hard Rock que merece seu lugar entre os grandes discos dos anos 1990. A química entre os integrantes do Van Halen neste período é evidente, com cada um contribuindo para um som coeso e poderoso. Além disso, o álbum reafirmou a relevância da banda em uma época em que o Grunge dominava as paradas, mostrando que o Hard Rock ainda tinha muito a oferecer.
Com músicas marcantes, performances impecáveis e uma produção de altíssima qualidade, este disco é um testemunho do legado do Van Halen e um exemplo de como o tempo é capaz de reafirmar a grandeza de uma obra subestimada em seu lançamento por alguns de seus críticos na época que não enxergaram a grandeza e a importância que esse álbum trouxe para a história da música e também para o explosivo ano sonoro de 1991.
For Unlawful Carnal Knowledge
Van Halen
Ano: 1991
Gênero: Hard Rock
Para quem gosta de: Rock
Ouça: "Poundcake", "Right Now" e "Top of the World"
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