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Em Here in the Pitch, Jessica Pratt demonstra sua habilidade de compor músicas que encantam e tocam o coração

Atualizado: 19 de jun.

Apenas 27 minutos, mas extremamente envolvente e bem acabado

Jessica Pratt
Foto: Linus Johnson/For The Times


Jessica Pratt é uma californiana nascida em São Francisco, que desde muito cedo mostrou um profundo interesse pela música. Começou a tocar violão na adolescência, período o qual sua paixão pela música se intensificou. Sua trajetória foi fortemente influenciada por uma infinidade de artistas, entre os quais se destacam Joan Baez, Bob Dylan e Joni Mitchell. Esses músicos não só moldaram seu estilo, mas também instigaram sua exploração por diversos gêneros musicais, fazendo com que nutrisse um amor até mesmo pela música psicodélica e experimental.


Apesar do folk contemporâneo ser o carro-chefe da sonoridade da música de Pratt, ele sempre parece estar acompanhando de outros gêneros, como o pop e o psicodélico. Essa capacidade em mesclar diferentes gêneros de forma coesa e harmônica é um testemunho de seu talento. Apesar de ter o seu estilo de confiança , também explora diferentes terrenos, criando uma paisagem sonora que embora familiar, também ofereça singularidade. Esse tipo de abordagem que torna a música de Pratt tão cativante, permitindo que ela se conecte profundamente com seus ouvintes.


Se você já conhece os seus três discos anteriores, perceberá que Here in the Pitch flui como uma continuação natural da sua carreira O álbum mantém a mesma qualidade etérea e essência poética que caracterizou suas produções, ao mesmo tempo em que explora amadurecimento de sua sonoridade através de muita profundidade, sofisticação e atmosfera meditativa.


Por meio de Life, Jessica usa como pano de fundo as incertezas da vida para iniciar o disco de maneira doce, delicada e sensível, estabelecendo assim, o tom do álbum. Better Hate traz uma exploração de temas de desilusão e repetição de experiências dolorosas, enquanto que em Wolrd on a String, Pratt reflete de uma maneira bastante melódica sobre seus próprios desejos não realizados e aspirações futuras.


Get Your Head Out pinta um retrato de alguém preso entre o desejo de mudança e os padrões repetitivos de comportamento, enquanto que instrumentalmente se desdobra em uma sonoridade deliciosa e envolvente, fortemente influenciada pela bossa nova. By Hook or by Crook, de uma maneira muito intimista, entrega uma reflexão introspectiva sobre a passagem do tempo e as complexidades da vida. Nowhere it Was aborda de maneira introspectiva a vida de alguém com um problema de crise interna e que busca um caminho para a sua recuperação.



Empires Never Know é um dos destaques do disco, uma belíssima balada ao piano, onde os vocais emotivos abraçam confortavelmente os acordes suaves e a cadência melódica, criando uma atmosfera de contemplação e melancolia sobre crescimento pessoal e aceitação da complexidade da vida. Glances é uma peça acústica instrumental que embora não possua quase nenhuma variação, é muito bonita. The Last Year encerra o disco com suas harmonias vocais lindíssimas sobre uma ótima base de violão e piano.



Um disco com tamanho de EP, apenas 27 minutos, mas extremamente envolvente e bem acabado. Cada faixa é uma peça que se encaixa muito bem no todo, criando uma experiência coesa e cativante para o ouvinte. Mais um testemunho da capacidade de Jessica Pratt de criar obras ao mesmo tempo que encantam os ouvidos, também tocam profundamente o coração e a mente daqueles que se deixar levar pelo seu som.

 

Here in the Pitch 

Jessica Pratt


Ano: 2024

Gênero: Folk Contemporâneo

Ouça: "Get Your Head Out", "Empires Never Know", "The Last Year"

Pra quem curte: Adrianne Lenker, Beth Gibbons, Linda Perhacs


 

NOTA DO CRÍTICO: 8,0

 

Assista o vídeo de "The Last Year"


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