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Foto do escritorTiago Meneses

Em cada faixa de We Are Here to Help, Benjamin Croft exibe sua habilidade técnica e sensibilidade artística

Benjamin Croft acerta ao demonstrar sua habilidade como músico e maestro, unindo e destacando grandes talentos

Benjamin Croft
Foto: Site Oficial


Benjamin Croft é um renomado compositor e pianista britânico, sendo amplamente reconhecido por seu talento excepcional no jazz. Por meio de sua habilidade única, também possui a capacidade de integrar diversos estilos musicais em suas composições, algo que inclusive tem sido um diferencial que o destaca no cenário musical contemporâneo. Funk, rock progressivo e música clássica também costumam fazer parte da paleta de sons em sua música, tornando um trabalho cativante e feito para ouvinte que gostam de desfrutar de composições intrincadas e bem estruturadas.


Desde muito cedo desenvolveu um grande amor pela música, sendo o piano o instrumento que ele escolheu para começar na sua jornada. Seus primeiros conhecimentos e onde ele aprofundou o seu conhecimento tanto pela música clássica quanto pelo jazz foi na Leeds College of Music. Mais futuramente, aprimorou ainda mais as suas habilidades ao ingressas na prestigiada Berklee College of Music, além de ficar mais íntimo da música contemporânea.


We Are Here to Help, novo disco de Croft alterna entre faixas instrumentais e vocais – sendo quaro de cada -, criando uma experiência auditiva rica e dinâmica. Jeff Scott Soto e Lynsey Ward são as vozes do disco, enquanto que os músicos convidados incluem nomes de peso como os guitarristas Greg Howe, Mike Stern e Frank Gambale, os baixistas Billy Sheehan, Dave Marks e Floo Moore, além dos bateristas Simon Phillips e Marco Minnemann. Cada faixa é cuidadosamente elaborada, mostrando a habilidade técnica e a sensibilidade artística de Croft e convidados.


The Age of Magrathea já começa o disco de uma maneira frenética por meio de um rock progressivo impactante. Há também fortes elementos de funk e fusion, com todos os instrumentos trabalhando de forma destacada e proporcionando para o ouvinte uma experiência diversificada e rica. Solo incendiário de órgão, seção rítmica de groove impressionante e linhas de guitarra intrincadas, além de um solo vibrante. Uma introdução excelente para o disco e que define muito bem o tom para o que está por vir.



We Are Here to Help mantém a energia deixada pela faixa anterior, mas agora, com Jeff Scott Soto introduzindo os primeiros vocais no disco. Traz um forte e muito bom som de rock de arena, mas mantendo elementos progressivos. Destaca como uma importante música do álbum, mostrando a versatilidade de Croft e sua capacidade de criar peças que são ao mesmo tempo acessíveis e sofisticadas. A seção rítmica é robusta e sustenta a música e contribui para o seu impacto geral, enquanto guitarra e teclados revezam no protagonismo por meio de excelentes invertidas.


You Made Me Miss é um fusion que logo no seu início mostra suas credencias de um número vibrante e envolvente. Ouvintes familiarizados com o primeiro disco da UK provavelmente irão perceber alguns acenos aqui ao grupo inglês de rock progressivo. Repleta de dinamismo e criatividade com toda a banda mostrando uma habilidade impressionante em criar contrastes emocionantes e inesperados, a peça entrega até mesmo um momento influenciado pelo reggae durante um trecho de desaceleração. Esse é o tipo de música que pode ser definida como tecnicamente cativante.


Caught in the Flypaper traz os vocais de Lynsey Ward pela primeira vez. Oferece um som mais puro de rock progressivo, ressoando com a essência dos grandes nomes do gênero. A voz de Ward é incrível para ocasião, oferecendo muita profundidade e emoção que complementam perfeitamente a complexidade da música. Também há uma passagem instrumental que é feroz e metálica, caracterizado por solos de teclado que adicionam uma camada aditiva de intensidade e virtuosismo.


Same Siders, o metal e o fusion se abraçam com certa clareza desde o começo. É uma jam instrumental impressionante e que combina uma variedade de sons de maneira harmoniosa e cativante. A combinação de todos os seus elementos resulta em uma faixa que não só é impressionante em sua execução técnica, mas também oferece uma experiência musical exuberante e memorável com a capacidade de ressoar em uma ampla gama de ouvintes.


Wrestling with Plato traz uma mistura de rock progressivo e fusion resultado em uma peça rica e multifacetada. Novamente Lynsey assume os vocais e entrega um trabalho brilhante. É marcada por várias ótimas mudanças. Um dos aspectos mais cativantes da faixa se encontra no seu solo de sintetizador que adiciona lindamente uma camada de virtuosismo e musicalidade. Por meio de uma grande habilidade em equilibrar o rock progressivo – presente com mais ênfase – e o fusion – por meio de inversões elegantes -, certamente é um dos destaques do disco.


Lower Moat Manor começa de maneira suave e atmosférica, estabelecendo uma aura calma e introspectiva, porém, essa tranquilidade inicial é rapidamente substituída por mais um fusion cheio de vigor. A faixa navega habilmente entre passagens melódicas e momentos de intensa complexidade técnica, garantindo o resultado de uma peça que é ao mesmo tempo diversificada e unificada, além de emocionalmente envolvente e tecnicamente impressionante.


She Flies Softly On é a peça de encerramento e que consta novamente com Jeff Scott Soto nos vocais. Um momento que traz para o disco uma balada poderosa e progressiva, destacando-se por suas seções que se elevam a partes robustas e emocionantes. A composição está repleta de emoção, drama e estilo, além de entregar um refrão vigoroso. É construída de uma maneira que consegue transportar o ouvinte por uma bela jornada musical, enquanto passa por altos e baixos emocionais.



Benjamin Croft acerta em cheio neste disco, demonstrando sua habilidade não só como músico, mas também como um maestro que sabe reunir e tirar o melhor de grandes talentos, não deixando que as músicas se transformem em meros “duelos” sem propósito. Croft se destaca ao utilizar com maestria tanto o Hammond quanto o piano, adicionando uma profundidade e riqueza únicas às composições. Por último, seu talento como solista é inegável, e ele sempre consegue equilibrar de forma graciosa momentos de virtuosismo com passagens mais sutis e emotivas.

 

Were Are Here To Help

Benjamin Croft


Ano: 2024

Gênero: Jazz Fusion, Rock Progressivo

Ouça: "We Are Here to Help", "The Age of Magrathea", "She Flies Softly On"

Pra quem curte: The Eleventh House, St. Barbe, Everyman Band



 

NOTA DO CRÍTICO: 9,0

 
ASSISTA O VÍDEO DE "She Flies Softly On"


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