"É realmente difícil imaginar o cenário do metal sem a presença de ambas as bandas."
Os fãs brasileiros de heavy metal tiveram uma grande surpresa recentemente ao saberem que o renomado baterista Eloy Casagrande é o mais novo integrante do Slipknot, banda icônica dos Estados Unidos fundada em 1995. A confirmação veio no final de abril, quando o próprio Slipknot compartilhou uma foto no Instagram dos nove membros do grupo, marcando oficialmente Casagrande.
Em uma entrevista à revista Veja, Eloy compartilhou detalhes emocionantes sobre como recebeu o convite para se juntar ao Slipknot: "O convite surgiu em dezembro, através do empresário [deles]. Ele perguntou se eu tinha interesse em fazer, primeiramente, uma audição. Eu aceitei. Eles me pediram para gravar e enviar alguns vídeos aqui mesmo, do Brasil."
O processo de seleção incluiu gravações de seis músicas, seguido pelo convite para ensaiar com a banda completa nos Estados Unidos. Eloy relembrou: "Inicialmente foram três músicas, depois me pediram mais três, e perguntaram se eu tinha algum plano de ir para os Estados Unidos, e eu tinha uma apresentação marcada lá em janeiro, com o meu projeto de música instrumental, Casagrande & Hanysz."
A estadia nos Estados Unidos se estendeu, conforme o músico participou de ensaios e gravações com a banda. Ele comentou sobre o processo: "Então eles adiantaram um pouco o meu voo, e fiquei cinco dias em Palm Springs, ensaiando com a banda completa. Depois eles me pediram para estender a estadia em mais cinco dias, para a gente gravar algumas coisas. Acho que isso também fazia parte dessa audição, eles jogavam ideias novas para mim, para ver como era a minha composição. Eles queriam me testar em todos os sentidos."
Eloy Casagrande ganhou reconhecimento mundial como baterista do Sepultura durante 12 anos, mas decidiu deixar a banda em fevereiro deste ano. Ele explicou: "Eu recebi o convite para fazer o teste depois do anúncio da turnê. O grande lance, da razão de eu ter aceitado fazer a audição, foi o final do Sepultura. A banda iria acabar, e eu não queria parar de tocar bateria aos 33 anos de idade."
Após uma conversa com o Slipknot, discuti a possibilidade de conciliar as agendas das duas bandas. No entanto, eles afirmaram que não seria viável e que eu precisaria ser exclusivo. Diante disso, tomei a decisão de encerrar minha participação no Sepultura. Comuniquei minha decisão aos membros da banda assim que fechei o acordo, por volta do dia 5 ou 6 de fevereiro. Foi uma escolha pessoal, e expliquei a situação durante uma reunião.
O músico também refletiu sobre suas realizações com o Sepultura, destacando o vasto aprendizado e os anos dedicados à banda. Ele mencionou: "Foram inúmeros aprendizados. Passamos por três álbuns de estúdio, registros ao vivo e muita composição. Compartilhamos muitos momentos e viagens juntos. Olho para trás com muito carinho, admiração e gratidão por todos esses anos. Agradeço por terem me acolhido quando eu era apenas um baterista de vinte anos, confiando em mim uma grande responsabilidade."
Ele também enfatizou seu crescimento pessoal ao longo dessas experiências: "Sempre estive preparado para esse momento e sinto que amadureci muito. Viajar para diferentes partes do mundo, conhecer diversas culturas, foi uma parte essencial desse processo. Visitamos cerca de setenta ou oitenta países, incluindo destinos incomuns como Mongólia, Chipre, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, China, Rússia e Ucrânia. Essa jornada, sem dúvida, foi a maior escola da minha vida."
É realmente difícil imaginar o cenário do metal sem a presença de ambas as bandas. Existe uma conexão evidente entre o Slipknot e o Sepultura, algo que eles próprios reconhecem em entrevistas. Durante uma conversa com Shawn, ele mencionou que, no início da carreira do Slipknot, eles compartilharam a mesma gravadora que o Sepultura.
Ele até lembrou de um show em que estava presente, onde distribuíam o primeiro single do Slipknot. "Essa história entrelaçada das duas bandas é evidente. Elas já dividiram o palco no passado, e acredito que no futuro isso poderá ocorrer novamente. Quanto ao debate sobre quem influenciou quem ou quem veio primeiro, acho que é uma discussão sem fim e um tanto quanto infrutífera. O importante é reconhecer e valorizar o que cada músico e banda contribui para o cenário musical, e respeitar a história de cada um."
Casagrande revelou que entrou em contato com o novo baterista do Sepultura, Greyson Nekrutman, compartilhando: "Já o conhecia desde janeiro. Quando soube que ele seria o novo baterista, enviei uma mensagem desejando boa sorte. Ele fez o mesmo quando meu anúncio foi feito. É ótimo ver essa união, especialmente no mundo dos bateristas."
Além disso, ele destacou suas amizades no meio musical: "Tenho uma boa relação com Jean Dolabella, um amigo próximo que já passou pelo Sepultura, e mantenho contato com Greyson. Quando Jay Weinberg, que estava tocando com o Slipknot antes de mim, veio ao Brasil, saímos para almoçar. É importante manter essas amizades, e desejo sinceramente boa sorte para todos."
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