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Foto do escritorMarcello Almeida

Elenco e criadores de ‘A Casa do Dragão’ falam sobre o retorno ao universo de ‘Game Of Thrones’


Começa um novo reinado: por dentro dos bastidores do maior evento da HBO de 2022

CRÉDITO: HBO/Sky

Verdade seja dita, nem todos os programas de TV são criados iguais, e em relação ao hype e expectativa, poucos podem desfrutar do momento como ‘A Casa do Dragão’. Não é apenas o orçamento de US$ 20 milhões por episódio – investidos em cenários deslumbrantes e medievais, com dragões CGI- mas a questão é a seguinte, o simples fato de a HBO estar contando com esta série prequel de 10 capítulos para continuar o fenômeno mundial de Game Of Thrones, quem sabe uma forma de tentativa de amenizar o estrago feito com o final da série original.


A partir deste ponto de vista, “a HBO queria mais do mesmo, essencialmente”, disse o showrunner Miguel Sapochnik em entrevista recente para NME. O fato é quem pode culpá-los? Literalmente de 2011 a 2019, Game Of Thrones reescreveu as regras da TV moderna, transformando uma série literária de romances e fantasias cult de George RR Martin em uma saga épica de 73 episódios com os níveis de produção muito próximos a de filmes. A narrativa tem de tudo, sangue, lutas, romances, emoções, sexo e uma atmosfera sexy e chocante, por incrível que pareça Thrones continua sendo o programa de TV mais pirateado do mundo três anos após terminar.


“O patriarcado prefere se destruir a ver as mulheres no trono” – Miguel Sapochnik

Miguel, que ganhou um Emmy por seu dedicado trabalho de direção na série original, reconhece que ele e o showrunner Ryan J. Condal chegaram à prequela com uma “estrutura básica” em vigor. Partes da narrativa e ambientações foram baseadas no romance ‘Fire & Blood’ de Martin de 2018, ‘A Casa do Dragão’ se passa em um período de tempo de 200 anos antes dos eventos que originaram ‘Game Of Thrones’. A série foca na implosão da Casa Targaryen em uma época em que essa grande família ainda reinava sobre Westeros: em termos leigos, esse lote são Daenerys dos ancestrais briguentos de Game Of Thrones.


Portanto, Sapochnik diz que precisava de uma “alavanca e um gancho” para convencê-lo a voltar. “Adotar a perspectiva feminina, que acho diferente de contar uma história sobre personagens femininas, foi uma maneira muito interessante de olhar [este mundo]”, explicou ele. “De repente, tudo ficou novo, o que é muito importante como contador de histórias porque deixa você com mais fome daquilo. Quando você está contando a mesma história, é fácil se tornar blasé e indiferente, e há muito sangue, suor e lagrimas investidos nesta [série] para ser diferente.”

Rhaenyra espera seguir os passos do pai Rei Viserys. CRÉDITO: HBO/Sky

Dirigido por Sapochnik e escrito por Condal, o primeiro episódio trata de estabelecer a relação fraterna entre o rei Viserys Targaryen (Paddy Considine), detentor confiável do Trono de Ferro, e seu rebelde irmão mais novo Daemon. Smith chama seu personagem, que soa petulante, mas capaz, de “agente do caos” e ele definitivamente causa uma primeira impressão impressionante. À medida que o episódio avança, Daemon dobra sua alegação de ser o herdeiro legítimo de Viserys, para a desaprovação de vários cortesãos arrogantes que o veem como um canhão solto e uma responsabilidade.


Também ficamos conhecendo as encarnações mais jovens das duas personagens femininas cujas perspectivas conduzirão a série. Como filha primogênita do rei Viserys, a princesa Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock) também é uma herdeira em potencial, mas seu gênero é visto como um ataque contra ela. A melhora amiga de Rhaenyra, Lady Alicent Hightower (Emily Carey) também está cada vez mais descontente e irritada com a sociedade patriarcal em que nasceram.


“Rhaenyra foi criada neste lugar de privilégio” - Emily Alcock

Quando Alcock e Carey foram abordadas pela HBO para ‘A Casa do Dragão’ havia muito mistério envolvido, tudo era tão secreto e elas nem foram informadas sobre o que estavam lendo. Elas só descobriam em sua segunda audição; e mesmo assim, elas receberam roteiros simulados com descrições de personagens deliberadamente ambíguas. Alcock lembra que sentiu “completa descrença” quando percebeu que poderia ser escalada para um spin-off de Game Of Thrones, e logo depois uma sensação de “frustração”. “Eu estava tipo ‘caramba, agora eu definitivamente não vou entender isso’, disse ela. “Se fosse algo um pouco menor, então eu poderia ter uma chance.”


Entretanto, não fica difícil de entender por que Alcock, 22, e Carey, 19, conseguiram esses papéis potencialmente importantes. Cada uma consegue ambientar perfeitamente o conflito interno de suas personagens, fazendo isso lindamente enquanto transmitem o vínculo único entre a princesa Rhaenyra e Lady Alicent, que praticamente cresceram como irmãs. “Elas foram criadas neste lugar de privilégio, mas ainda são mulheres jovens”, diz Carey. “E isso é o fundo da cadeia alimentar”, acrescenta Alcock. “Então elas têm essa fachada de estar no topo”, continua Carey, “mesmo que elas realmente não estejam.”

Emma D'Arcy, como a Rhaenerys mais velha. CRÉDITO: Sky/HBO

A narrativa pode ser ampla e complexa, mas Sapochnick espera que as pessoas terminem a primeira temporada com uma conclusão direta: “Que eles queiram ver a próxima temporada”. Embora ele não tenha permissão para entregar mais sobre a narrativa, ele admite que não faz sentido algum ser tímido sobre o futuro do programa, já que os fãs conhecem o material de origem.


O primeiro episódio de 'A Casa do Dragão' já está disponível na HBO e HBO Max.


 

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