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Foto do escritorEduardo Salvalaio

Desafie seus instintos de sobrevivência no universo caótico e assustador de The Callisto Protocol

O jogo não possui mapa. Sim, você vai estar num estado de sobrevivência e muitas vezes até se sentir perdido.

Foto: Divulgação


Glen Schofield foi um dos co-criadores do sensacional Dead Space (2008), jogo que na época trouxe toda a emoção de um Survival Horror passado dentro do Espaço Sideral. Então, na época, o designer fazia parte da desenvolvedora Visceral Games, subsidiária da Eletronic Arts.


Schofield resolveu então criar seu próprio estúdio, Striking Distance. A todo vapor, começou a criar The Callisto Protocol, um projeto que serviria como uma expansão para o universo do jogo PUBG. Entretanto, o designer confiou tanto em sua criação que resolveu fazer dela um jogo com história própria.



The Callisto Protocol narra a história de Jacob Lee que acabou prisioneiro de forma injusta em Black Iron, uma prisão de segurança máxima localizada em Callisto, satélite de Júpiter. Entretanto, o lugar é tomado repentinamente por um surto caótico que transforma prisioneiros e guardas em letais e horrendas criaturas. Jacob precisa encontrar uma forma de enfrentar todo esse terror e conseguir escapar desse lugar.


Quem jogou Dead Space, estará bem familiarizado. Há muitos elementos do jogo de 2008 incluídos aqui. O uso da telecinese, busca por recursos que são bem limitados, posicionamento da câmera, criaturas em nosso encalço e prontas a atacar, ambientes escuros, sensação de isolamento.


Contudo, o que mais contribui para a atmosfera de Survival Horror é a claustrofobia. A todo instante, somos confrontados a passar por espaços apertados, seja em dutos de ventilação, seja por baixo de escombros. Pior quando o jogador sai dessa situação e não sabe o que vai encontrar pela frente (sim, os sustos serão frequentes).

Os cenários passam uma ideia de caos, destruição e obscuridade. Sempre existe o receio de que algo ali está prestes a nos matar. Infelizmente, o jogo lança alguns cenários gigantescos, porém muitas vezes sem muito para explorar ou sem combates tensos (que talvez estávamos esperando).



Para ajudar o jogador na fuga de Jacob, armas estarão disponíveis. Todavia, o jogo prioriza o uso do melee combat. Ou seja, aquele bastão de choque que é encontrado no chão de um ambiente pode ser útil e tanto para avançar pelo jogo.


As armas de fogo estão presentes, mas aqui é bom que o jogador faça uma estratégia adequada quanto ao uso delas. Por conta de munição limitada e de cenários com mais inimigos, talvez seja melhor utilizá-las em momentos adequados.



Mas não pense que o jogo oferece facilidade, mesmo na dificuldade mais baixa. O jogador precisa ter bons reflexos e não sair golpeando o inimigo de qualquer jeito. Ele precisa bater e ficar atento na hora de esquivar. Após alguns golpes, um alvo aparece na criatura que é quando podemos acertar um tiro fatal. Muito útil para acabar com inimigos mais fortes e resistentes.


Os combates são frenéticos. Com direito a mutilações e muito sangue. Caso sejamos agarrados, um QTE (Quick Time Event) descomplicado surge e pode nos salvar de uma morte dolorosa. Alguns inimigos podem ser abatidos por trás, na surdina. O mal do jogo é que algumas pequenas criaturas são tão rápidas em atacar que sequer dá tempo de evitá-las.

Com o inimigo abatido, podemos pisoteá-lo para saquear itens que são deixados por ele, que vão desde munições até repositores de sangue. Problema é que em alguns momentos, o item desaparece pelo chão do cenário e não é possível ser coletado. Imagine isso em trechos onde você precisa repor seu sangue ou ganhar mais munição? Bem chato.



Da mesma forma, não podemos coletar tudo que vemos pela frente. Nosso inventário, inicialmente, é bem pequeno. Então, cabe ao jogador montar sua própria estratégia em relação ao que vai coletar e ao que pode ser largado. Em alguns lugares do jogo, encontraremos máquinas que nos permitem vender itens, melhorar e criar armas/acessórios.


O jogo não possui mapa. Sim, você vai estar num estado de sobrevivência e muitas vezes até se sentir perdido. Então, interessante acompanhar a história para saber qual o próximo passo. Os objetivos que devemos seguir também não contam com dicas e orientações.


De qualquer forma, interessante sair olhando tudo em busca de recursos e o jogo é praticamente linear não nos fazendo sair muito da rota principal. Claro que para um jogador que está iniciando no gênero, isso pode ser um obstáculo maior.

Apesar de muitos patches que já recebeu, ainda existem algumas quedas de frame rate. Não faltaram os coletáveis que contam sobre o lugar e alguns personagens. Infelizmente, existe um histórico de que muitos desses itens bugaram mesmo após coletados (impedindo que a pessoa ganhe o troféu e que a faça refazer essa parte ou mesmo o jogo todo novamente).


Em certo capítulo, o jogo foi fechado bruscamente. Por sorte, foi após um save e nada foi perdido catastroficamente. Uma dica é fazer também um save manual, por precaução.



The Callisto Protocol tem suas falhas, algumas lacunas, mas oferece Ação intensa e torna-se um boa opção para o gênero Survival Horror no mercado de jogos. Porém, é preciso ser desfrutado sem se pensar em Dead Space ou mesmo como um sucessor espiritual do jogo de 2008 que tinha Isaac Clarke como protagonista.


A versão testada foi a de PS4. O jogo está gratuito para os assinantes da PSN Plus Essencial. The Callisto Protocol também saiu para Microsoft Windows, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X/S.

 

The Callisto Protocol


Ano: 2022

Gênero: Survival Horror, Aventura

Estúdio: Krafton, Krafton, Inc

Modo: Jogo eletrônico para um jogador

Plataformas: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series X/S


 

NOTA DO CRÍTICO: 7,0

 

Trailer:



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