Dead Island 2 não reinventa a série. Recebe melhorias gráficas para entrar na próxima geração, embora não traga inovações profundas em sua jogabilidade
Dead Island surgiu em 2011 em meio a muitos jogos que traziam zumbis em seu conteúdo. Até então, poderia ser mais um jogo dentro desse universo. Porém, o diferencial era nos colocar diante de muitos zumbis velozes e fortes, priorizar o combate corpo a corpo (e com menos armas de fogo), além de propiciar ao jogador a criação de armas com recursos e itens espalhados pelos cenários.
Um oportuno bastão de beisebol com lâminas de barbear poderia garantir nossa sobrevivência (até ele desgastar, claro). Para isso, bancadas espalhadas garantiam consertos, melhorias e outras possibilidades de criações. O jogo explorou muito bem elementos como agentes corrosivos, fogo, eletricidade e outros. Tais elementos, quando incorporados nas armas, contribuíam bastante para exterminar hordas de zumbis.
Dead Island Riptide chegou em 2013 como uma sequência. Sem mudar muita coisa, mesmo assim não deixou de ser uma experiência gratificante para quem desejava mais combates frenéticos e dezenas de zumbis. Entretanto, Escape Dead Island (2014), apesar de seus gráficos exóticos mesclando quadrinhos e cel shading, veio com alguns bugs e não trouxe tanta qualidade para a série, ficando até esquecido com o tempo.
Inicialmente anunciado para 2014, Dead Island 2 acabou sendo cancelado. Em 2022, uma notícia reveladora dizia que o jogo estava sim sendo feito, porém por meio de alguns problemas, a data real de seu lançamento ainda era uma incógnita. O jogo chegou em Abril de 2023, primeiro para os consoles. Em 2024, foi a vez da Steam receber o jogo.
Agora nos aventuramos por uma Los Angeles infestada de zumbis. Escolha seu personagem preferido e tente encontrar uma saída desse lugar, executando missões, ajudando pessoas, coletando armas e recursos, se defendendo, sobrevivendo em cada lugar seguro alcançado.
Interessante ver uma Los Angeles com seus detalhes visuais coloridos e detalhados que remetem a muitas localizações famosas como o parque de diversões de Santa Monica (Califórnia), os subúrbios de Beverly Hills e a área litorânea de Venice Beach. Espere passar por hotéis, mansões, ruas, becos, metrôs, lojas e até estúdio cinematográfico com dezenas de zumbis em seu encalce.
O visual também extrapola quando o assunto é o extermínio de zumbis. Decapitações, desmembramentos, explosões, corpos e sangue espalhados agora ganham mais realce, inclusive durante algumas cenas que ocorrem em câmera lenta.
Para quem começou desde os primórdios da série, fácil identificar alguns tipos de zumbis (ágeis, mais resistentes, explosivos e vomitadores de ácido). Muitos deles precisaremos de mais estratégia e paciência para derrotar. O jogador também pode contar com a ajuda do cenário, como, por exemplo, jogar uma bateria de carro num lugar com água para eletrocutar os zumbis.
Citando as armas, a variedade continua ampla. Machados, clavas, espadas, facas, marretas, tacos de golfe, etc. Todas com suas vantagens e desvantagens (dano, manuseio, velocidade, durabilidade). Podemos melhorar e adicionar mais atributos a essas armas conforme coletamos recursos, itens e até mesmo partes dos corpos de zumbis durante o jogo. Quanto mais raros os itens, mais poderosa será a arma que vamos criar.
Apesar de sempre privilegiar armas de combate corpo a corpo, aqui as armas de fogo também ganham uma importância maior. Rifles, pistolas e escopetas em bom número para coletar farão a alegria do jogador que prefere acabar com inimigos a distância. Elas também podem ser melhoradas e transformadas (já pensou numa metralhadora com projéteis de ácido?).
Não poderiam faltar as habilidades. Aqui elas chegam por forma de cartas que encontramos ou que ganhamos ao realizar missões e quando passamos de nível. Cada carta tem seus atributos e cabe ao jogador avaliá-las e equipar conforme seu estilo preferido de jogar.
O jogo é bem linear, sobretudo se o jogador não é de explorar cenários distantes dos objetivos principais e não coleta muitos itens. Apresentando uma dificuldade balanceada, que agrada tanto novatos como veteranos, pode ser fechado sem problemas em não mais que 15 a 20 horas. Missões secundárias e cofres para abrir estão presentes para aqueles que vasculham tudo e preferem um tempo extra de jogo.
Infelizmente, algumas missões poderiam orientar melhor o jogador. Por vezes é meio irritante rondar um único ambiente atrás de pistas para que a missão desenvolva (sobretudo nas missões de encontrar pessoas perdidas). Outro ponto negativo do jogo é o relato de troféus bugados para alguns jogadores (isso, claro, se o jogador for um caçador de troféus).
A trilha sonora está caprichada. No meio da Ação e dos combates caóticos, escutamos desde Marvin Gaye & Tammi Terrell (‘Sad Wedding’) até Death From Above 1979 (‘Right On, Frankenstein’). ‘Drown’, a grudenta canção que é o tema de abertura, foi composta por Karen O e Danger Mouse.
Os efeitos sonoros também acrescentam muita identidade ao jogo. Ouvir barulhos de zumbis, mesmo eles não tão próximos, causa pânico sobretudo em lugares mais escuros e quando precisamos averiguar itens no inventário ou conferir o mapa (pausar não impede os ataques das criaturas, cuidado).
Dead Island 2 não reinventa a série. Recebe melhorias gráficas para entrar na próxima geração, embora não traga inovações profundas em sua jogabilidade. Veteranos não precisarão nem de tutoriais, novatos estrearão com facilidade. Agradará quem aprecia um universo de Terror recheado de combates intensos, carnificina e humor negro. Pegue sua melhor arma e vá em frente.
Observação: a versão testada para a resenha foi a de PS4.
Dead Island 2
Ano: 2023
Estúdio: Deep Silver e Plaion
Gênero: Survival Horror e Tiro em primeira pessoa (FPS)
Plataformas: Playstation 5, PC, Playstation 4, Xbox One, Xbox Serie X e Windows
Desenvolvedora: Dambuster Studios
Série: Dead Island
NOTA DO CRÍTICO: 7,0
Trailer do jogo:
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