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Conheça e ame "Synthetic Hearts", um disco feito por Msaki e Tubatsi, dois talentos da África do Sul

Atualizado: 1 de ago. de 2023

"Synthetic Hearts” foi lançado em 10 de março de 2023.

Photograph: Kgomotso Neto.

A música é uma arte verdadeiramente surpreendente. Cada vez mais me surpreendo positivamente ao ouvir novos sons e nomes nos mais diversos países espalhados pelo mundo. Hoje, vamos embarcar para a África do Sul, um país bonito localizado no continente africano. Foi lá onde o ilustre Nelson Mandela nasceu e formou sua luta antirracista, que é referência em todo o planeta Terra.


Além disso, esse país é reconhecido também por uma cultura eclética e grandiosa, passando pela literatura, pelas pinturas rupestres, pelos esportes e pela música. Na música, temos uma quantidade grande de nomes como Miriam Makeba, Hugh Masekela, Brenda Fassie, Danny Williams e mais recente temos nomes como Master KG e Msaki.

Asanda Lusaseni Mvana, mais conhecida como Msaki, começou na música em 2008 e nesse período ela fez parte de algumas bandas locais, além de frequentar universidades. Em 2016, ela lançou “Zaneliza: How The Water Moves”, seu primeiro disco. Com ele, a artista se tornou bastante premiada e divulgada na África do Sul. Lançou em 2021 “Platinumb Heart” que foi dividido em 2 discos de estúdio, aprimorou seu som e resolveu fazer muitas parcerias musicais. É nesse clima festivo que, em 10 de março de 2023, ela lança em parceria com um outro músico sul-africano, Tubatsi Mpho Moloi, que é integrante da banda Urban Village, "Synthetic Hearts", seu novo álbum de estúdio, como forma de deixar sua sonoridade mais expansiva, universal e atraente para que qualquer pessoa no mundo possa conhecer, ouvir e apreciar seu grande trabalho.


“Synthetic Hearts” tem 10 faixas cheias de energia, suingue e de um lírico rico de sentimentalismo que mostram de forma explícita e cativante as suas riquezas culturais, o que é sentida e percebida pelo conjunto da sua obra que é incrível e impressionante.


A faixa de abertura, “Subaleka”, já mostra bem a vibe do que você vai encontrar no disco, que é uma viagem sonora para o continente africano e para o país África do Sul, com o talento dos dois músicos. Isso pode fazer, como o jornal britânico The Guardian, em compará-los com os estadunidenses consagrados Marvin Gaye e Tammi Terrel ou que não se precisa comparar eles com ninguém porque ambos conseguem trazer uma carga emocional profunda envolta de um som bem denso que demonstra bem as suas qualidades vocais e instrumentais, tornando esses detalhes uma preciosidade musical.


“Madonna” tem timbres hipnóticos que são bem acompanhados de nuances vocais e letra com pegada existencial que fazem dela uma excelente sequência para a canção anterior e posteriormente como uma ótima sequência para as demais canções. “Stay as You Are” tem uma sonoridade mais acústica com uma letra que puxa algo mais melancólico que fazem os ouvidos quererem sintonizar com seu arranjo singelo, enquanto que traz emoção ao trazer apertos sentimentais para a alma que trazem emoções carregadas de autênticas reflexões.



“Come In”, assim como “Stay as You Are”, tem uma carga emocional também, só que essa é mais positiva e funciona como uma linda declaração de amor para a pessoa amada com tons de serenata ao trazer uma letra muito bonita e romântica com um instrumental bem leve e contido que exalta bem as vozes de seus intérpretes.



“Fika” traz um encerramento digno que mostra o quão especial é esse trabalho musical por conseguir captar bem as vozes de seus artistas, vocais de apoio bem afinados, instrumentos bem rítmicos e letras que trazem um carregamento grande de emoções que soam para ser uma tocante beleza cultural ao reunir muito bem os talentos de seus artistas enquanto, ao mesmo tempo, traz fascinação para sua produção.


No mês de junho de 2023, foi anunciado que o Grammy, a partir do ano de 2024, terá a categoria de “Melhor Performance de Música Africana”. Não se sabe ainda se essa categoria irá inserir discos de música lançados no ano anterior nos países que fazem parte do continente África, mas, se for colocar, “Synthetic Hearts” é um forte candidato para estar entre os indicados por trazer uma beleza sonora empática e sorridente que faz querer se aventurar de cabeça no universo da música africana que tem nomes como o nigeriano Fela Kuti, o egípcio Mohammad Abdel Wahab, o etíope Mulatu Astake e o camaronês Manu Dibango como nomes consagrados, mas tem também músicos novos onde temos os sul-africanos Msaki e Tubatsi Mpho Moloi, que conseguem ocupar bem esse espaço com um disco encantador por suas vibrações, sons alegres e dançantes, letras bem impactantes e deixa o ano de 2023 ainda mais rico de música considerada ótima ao redor do mundo para mostrar que não importa o lugar, sempre tem arte de qualidade para ser conhecida, apreciada e divulgada.

 

Synthetic Hearts

Msaki, Tubatsi Mpho Moloi


Lançamento: 10 de março de 2023

Gêneros musicais: Indie Folk, Afro-pop, World Music

Para quem gosta de: Marvin Gaye, Miriam Makeba, Brenda Fassie

Ouça: “Subaleka”, "Stay as You Are", "Come In"

Humor: Melancólico, Silencioso, Reflexivo


 

Nota do crítico: 8,0

 

Veja o videoclipe de "Subaleka":


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