Obras que misturam inovação, identidade e um olhar profundo sobre o Brasil
O cinema brasileiro é uma mina de ouro que vai muito além dos clássicos mais lembrados. Entre o Cinema Novo, o realismo fantástico, os suspenses urbanos e as fábulas regionais, há uma infinidade de filmes que ficaram à margem, mas que carregam histórias tão intensas quanto qualquer grande produção.
Nesta lista, resgatamos cinco pérolas pouco conhecidas que merecem ser redescobertas — obras que misturam inovação, identidade e um olhar profundo sobre o Brasil. Se você ainda não viu, prepare-se para mergulhar em um cinema pulsante, autêntico e cheio de surpresas.
Bora lá?
O Som ao Redor (2012) – Kleber Mendonça Filho
Antes de ser o nome gigante por trás de Bacurau, Kleber Mendonça Filho já mostrava sua genialidade com O Som ao Redor. O filme desenha um Recife urbano e claustrofóbico, onde a tensão social se constrói no detalhe, no barulho das ruas, no rosnado de um cachorro. É um thriller sem vilão aparente, um estudo sobre medo, desigualdade e vigilância, tudo embalado por uma direção que faz da rotina algo inquietante.
Onde ver: Netflix
A Marvada Carne (1985) – André Klotzel
Esse é um dos filmes mais autênticos do cinema nacional, misturando humor caipira e realismo fantástico de um jeito delicioso. Conta a história de Nhô Quim, um roceiro que sonha em comer carne de boi, mas precisa casar primeiro. A jornada é uma explosão de brasilidade, com um tom de fábula e aquele sotaque arrastado que dá um charme único. Foi um sucesso na época, mas hoje é pouco lembrado — injustamente.
E traz, no elenco, Fernanda Torres.
Filme completo aqui
A Hora da Estrela (1985) – Suzana Amaral
Macabéa, a protagonista dessa adaptação do livro de Clarice Lispector, é uma das personagens mais singulares do cinema brasileiro. Interpretada de forma magistral por Marcélia Cartaxo, ela carrega no olhar a melancolia de quem tenta se encaixar em um mundo que mal a percebe.
O filme, de ritmo introspectivo, captura o desamparo da personagem com uma sensibilidade rara, tornando-se uma obra essencial para quem busca o Brasil profundo, longe dos estereótipos.
Onde ver: Globoplay
Os Deuses e os Mortos (1970) – Ruy Guerra
Um dos filmes mais viscerais do cinema novo, Os Deuses e os Mortos mergulha em uma Bahia arcaica e violenta, onde vingança e destino se cruzam em um jogo de poder. Ruy Guerra cria uma atmosfera quase alucinógena, com uma fotografia carregada de contrastes e uma trilha sonora hipnótica.
É um faroeste tropical, com sangue, suor e uma carga simbólica impressionante. Um filme que merece ser redescoberto.
Filme completo aqui:
O Lobo Atrás da Porta (2013) – Fernando Coimbra
Suspense dos bons, daqueles que te fazem prender a respiração. A trama gira em torno do desaparecimento de uma criança e de um triângulo amoroso que vai ficando cada vez mais sombrio. Leandra Leal entrega uma das melhores atuações da carreira, transitando entre fragilidade e fúria.
O roteiro é um quebra-cabeça que vai se montando aos poucos, revelando camadas inesperadas de tensão psicológica. Um dos melhores thrillers nacionais dos últimos tempos, mas ainda desconhecido por muita gente.
Onde ver: Prime Video
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