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Cinco filmes brasileiros que, se você ainda não viu, precisa assistir

Foto do escritor: Marcello AlmeidaMarcello Almeida


Pegando carona nesse momento histórico para o nosso cinema, para a nossa cultura e arte, vamos celebrar nossas obras e talentos

“São Paulo S.A.” (1965), de Luís Sérgio Person
“São Paulo S.A.” (1965), de Luís Sérgio Person/ Imagem: Reprodução.

O cinema brasileiro é um vasto território de descobertas, onde a poesia se mistura com a dor, e a realidade se desmancha em sonhos e silêncios. Em meio ao brilho dos clássicos e às sombras da história, há filmes que passaram despercebidos, mas que guardam em suas cenas a essência mais pura de nossa identidade.


São obras que, longe dos holofotes, capturam o Brasil de uma maneira visceral, apaixonada e, muitas vezes, incompreendida. Ao resgatar esses filmes, revivemos não só o passado, mas a alma de um país que ainda se busca, entre sombras e luzes, na tela da sua própria existência.


  1. “O Baiano Fantasma” (1984), de Denoy de Oliveira

“O Baiano Fantasma” (1984), de Denoy de Oliveira
Imagem: Reprodução.

Um filme que mistura realidade e delírio, seguindo a jornada de um nordestino tentando sobreviver na metrópole cruel de São Paulo. O protagonista vaga como um espectro invisível pela cidade, uma metáfora poderosa da exclusão social.


A fotografia crua e a trilha sonora melancólica transformam a dura realidade em poesia visual. Esquecido pelo tempo, “O Baiano Fantasma” pulsa como uma ferida aberta, um eco de vozes que o Brasil insiste em silenciar.


Filme completo no YouTube




  1. “Sargento Getúlio” (1983), de Hermano Penna

“Sargento Getúlio” (1983), de Hermano Penna      Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

Baseado no romance de João Ubaldo Ribeiro, este filme tem a força de um monólogo trágico, carregado pelo desempenho avassalador de Lima Duarte. Getúlio é um jagunço que não entende que o tempo mudou – e talvez o Brasil também.


A câmera parece grudada em seu suor, sua raiva, sua fidelidade cega a ordens que já não fazem sentido. “Sargento Getúlio” é uma aula de cinema brasileiro bruto, seco como o sertão que ele retrata.


Filme completo no YouTube


  1. “O Exercício do Caos” (2013), de Frederico Machado

“O Exercício do Caos” (2013), de Frederico Machado
Imagem: Reprodução.

Uma obra intensa, quase um ritual cinematográfico. A história de um pai autoritário e suas filhas isoladas no Maranhão tem um peso sufocante, como se o próprio ambiente conspirasse para a tragédia.


A fotografia esculpe sombras que parecem vivas, enquanto o silêncio diz mais do que qualquer diálogo. O filme nos engole num pesadelo poético sobre opressão, desejo e loucura – e nos deixa sem fôlego até os créditos finais.


Trailer



  1. “Noite” (1985), de Gilberto Loureiro

“Noite” (1985), de Gilberto Loureiro
Imagem: Reprodução.

Um filme que se desenrola como um sonho febril, mergulhando na noite paulistana dos anos 80 com um olhar ao mesmo tempo hipnótico e desesperador.


A trama acompanha personagens errantes – boêmios, marginais, almas perdidas – que se cruzam sob a luz amarelada dos postes.


A atmosfera é impregnada por um sentimento de deslocamento, como se cada cena fosse um último gole antes do amanhecer. “Noite” é um sussurro vindo do passado, esperando ser ouvido de novo.


Não encontramos trailer no YouTube.


  1. “São Paulo S.A.” (1965), de Luís Sérgio Person

“São Paulo S.A.” (1965), de Luís Sérgio Person
Imagem: Reprodução

Apesar de ter críticos que o exaltam, esse clássico segue sendo um tesouro escondido. Uma das melhores representações do Brasil moderno sufocado pelo progresso, onde a cidade consome as pessoas e os sonhos.


Walmor Chagas entrega uma atuação inesquecível como um homem dividido entre ambição e desencanto, enquanto a São Paulo da década de 60 se impõe como personagem viva. É um filme tão atual que chega a ser assustador – e talvez seja por isso que ainda nos recusamos a encará-lo de frente.


Filme completo no YouTube



Esses filmes são relíquias esperando por um olhar atento. O cinema brasileiro tem labirintos desconhecidos, e cada um deles guarda uma história que merece ser sentida.

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