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'Cidade de Deus', um filme que reflete a violência nas favelas em uma visão crua e realista

"Cidade de Deus" merece uma análise detalhada, pois é uma produção que oferece conteúdo rico e profundamente reflexivo.

Cena do filme 'Cidade de Deus' — Foto: Reprodução.

Os anos 2000 foram um período culturalmente fértil em termos de criatividade, o que se refletiu no cinema, na música e na literatura. Entre os destaques desse período está um filme brasileiro que se destacou pela sua história, retrato social, personagens cativantes, atuações incríveis, trilha sonora maravilhosa, direção impactante e um legado atemporal que o eleva como uma verdadeira referência de excelência.


Este filme é Cidade de Deus, lançado em 2002, que será abordado neste texto para apresentá-lo àqueles que ainda não o conhecem e relembrá-lo para os admiradores dessa obra clássica do cinema brasileiro, que aborda a desigualdade social e a violência urbana de maneira profunda e precisa com uma resenha especial.


Cidade de Deus é uma adaptação do livro homônimo escrito pelo brasileiro Paulo Lins. O filme narra a história de Buscapé, um jovem negro e pobre que nasceu e cresceu na Cidade de Deus, uma favela violenta do Rio de Janeiro. Para escapar da influência da criminalidade que o rodeia, ele decide se tornar fotógrafo, usando sua câmera para capturar sua comunidade de uma perspectiva sensível e reflexiva.


É preciso dizer que Cidade de Deus merece uma análise detalhada, pois é uma produção que oferece conteúdo rico e profundamente reflexivo. O filme entretém e, ao mesmo tempo, proporciona uma narrativa envolvente, com personagens extraordinariamente desenvolvidos que permitem uma imersão profunda em suas realidades cruas e sem censura. O espectador é levado a vivenciar uma ampla gama de emoções ao longo da trama.


A riqueza do filme também se encontra em sua diversidade de personagens que é bem grande, cada um com suas complexidades e nuances, exigindo uma análise cuidadosa de seus comportamentos e motivações. Buscapé, por exemplo, se destaca por sua curiosidade, serenidade e personalidade carismática, gerando empatia no público. Por outro lado, Zé Pequeno personifica os efeitos devastadores da violência, tornando-se uma figura sádica e temível, que utiliza o crime como meio de obter poder e respeito após experienciar a crueldade da sociedade.


Personagens como Angélica, Bené e Sandro Cenoura acrescentam camadas adicionais à narrativa, explorando temas como nocividade, relações afetivas e a busca por soluções na criminalidade para combater a desigualdade e a violência na comunidade.

O elenco do filme reúne talentos que se destacaram não apenas no cinema, mas também na televisão e na música brasileira. Entre os nomes a ser citados estão de Douglas Silva e Darlan Cunha, que posteriormente protagonizaram a série Cidade dos Homens na TV Globo; Babu Santana que estrelou a cinebiografia Tim Maia em 2014; Seu Jorge um nome reconhecido no samba e na MPB; Alice Braga que se tornou uma das principais atrizes latino-americanas em Hollywood; Alexandre Rodrigues como uma figura presente em telenovelas e Matheus Nachtergaele, conhecido por suas brilhantes atuações em "Central do Brasil" e "O Auto da Compadecida", contribuiu de forma ótima para o elenco excepcional de Cidade de Deus.


A trilha sonora do filme é uma celebração da cultura brasileira, apresentando canções de artistas renomados das décadas de 1960 e 1970, como Cartola, Tim Maia, Jorge Ben Jor, Wilson Simonal e Raul Seixas. A direção musical de Antonio Pinto e Ed Côrtes complementa de forma brilhante a parte instrumental do filme.

Fernando Meirelles e Kátia Lund conduziram a direção do filme com maestria, capturando imagens impressionantes que retratam de forma autêntica a coexistência da violência com momentos de serenidade. A direção dinâmica e envolvente permite que o público experimente as emoções de forma intensa e única.


Em 2004, o filme foi indicado ao Oscar em quatro categorias: Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia, demonstrando seu impacto internacional. Embora não tenha vencido em nenhuma dessas categorias, Cidade de Deus conquistou reconhecimento global e estabeleceu o termo "Favela Movie" para descrever filmes que destacam as favelas como protagonistas, exibindo suas complexidades.

Em resumo, Cidade de Deus é um dos maiores e melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Ele traz as favelas para o cenário cinematográfico, aborda de forma incisiva a desigualdade social e a violência no Brasil, apresenta personagens cativantes, possui uma narrativa envolvente, cenas memoráveis e uma trilha sonora excepcional. Esta obra é especial, importante, memorável e merece todos os aplausos por sua representação autêntica de uma realidade complexa. Além de trazer como mensagem social importante de que a criminalidade e a violência nunca são a solução, principalmente, para combater os problemas sociais.


Se você ainda não assistiu a Cidade de Deus, não perca a oportunidade de conhecer esta preciosidade da cultura brasileira. E se já o viu, considere revê-lo e compartilhar essa obra-prima com pessoas de todas as gerações.

 

Cidade de Deus


Lançamento: 2002

Duração: 130 min

Gênero: Drama, Ação

Direção: Fernando Meirelles e Kátia Laud

Elenco: Douglas Silva, Darlan Cunha, Alexandre Rodrigues, Alice Braga, Matheus Nachtergaele, Phellipe Haagensen


 

NOTA DO CRÍTICO: 10

 

Onde ver:

Globoplay, Netflix, Prime Video, Paramount+

 

Trailer:




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