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Born in the U.S.A.: um disco marcante na carreira de Bruce Springsteen e na história da música

"Born In The U.S.A." foi lançado oficialmente em 4 de junho de 1984 e é um marco atemporal na história da música



Em 4 de junho de 1984, Bruce Springsteen, o lendário cantor, compositor e guitarrista americano, lançou "Born in the U.S.A.", um dos maiores discos de sua carreira. Este sétimo trabalho de estúdio se destaca por sua mistura magistral de rock e pop, presença marcante de sintetizadores, letras profundas e uma capa icônica. O álbum consolidou o legado atemporal de Springsteen com sua performance artística influente e poderosa.


Antes deste lançamento, Springsteen passou por momentos difíceis, manifestando depressão e tendências suicidas em 1982, enquanto fazia shows e também quando estava na produção de seu álbum anterior, "Nebraska", que foi lançado no mesmo ano. Este disco, com letras sombrias e musicalmente desafiador, refletia os problemas pessoais de Bruce. Em contraste, "Born in the U.S.A.", lançado dois anos depois, apresenta uma sonoridade e letras mais otimistas, com menos carga dramática e uma forte presença de sentimentalismo e senso político, características marcantes em sua obra.



"Born in the U.S.A." contou com a participação da E Street Band, que trouxe uma sonoridade rica e eclética ao álbum, sem perder o lado forte e preciso do rock 'n' roll. Na época das gravações, a banda ainda não contava com Patti Scialfa. Ela se juntou pouco antes do início da turnê, em 29 de junho de 1984. Na época, "The Boss" era casado com a atriz e modelo Julianne Phillips, com quem ficou até 1989. Bruce e Patti se casaram em 1991.


Gravado em Nova York entre janeiro de 1982 e março de 1984, o álbum foi lançado pela Columbia Records, com produção de Springsteen, Jon Landau, Steven Van Zandt e Chuck Plotkin. A capa icônica, com Bruce contra a bandeira americana, foi fotografada por Annie Leibovitz.


O disco possui 12 faixas que abordam temas como lutas trabalhistas, desilusão, patriotismo, esperança e relações pessoais, com um toque de bom humor. Essas faixas foram essenciais para o sucesso do álbum, seja em vendas, na MTV, no público, na crítica ou no próprio Springsteen, que encontrou na sua vida uma forma de viver com mais animação e menos depressão. Isso foi determinante para ele, pois ele tem um carinho muito especial por esse disco na sua discografia.


A música de abertura é a faixa-título. Ela é um hino energético com um riff de teclado inesquecível. Apesar do aspecto patriótico, ela é uma crítica política forte por abordar as dificuldades dos veteranos de guerra e as promessas não cumpridas do sonho americano. Além disso, ela foi construída após Springsteen ler o livro "Nascido em Quatro de Julho", de Ron Kovic, e conhecer pessoas que estiveram na Guerra do Vietnã, reforçando-a como uma autêntica e poderosa música antiguerra.


Com uma pegada mais comercial, "Cover Me" possui lirismo romântico ao abordar a necessidade de proteção e conforto, seja em tempos difíceis ou em um mundo tumultuado. A guitarra vibrante e o ritmo contagiante fazem desta uma das faixas mais acessíveis do álbum.


Com uma batida alegre e uma narrativa sobre dois amigos que fazem uma viagem em busca de diversão e liberdade, "Darlington County" oferece um retrato otimista, ainda que realista, da vida americana. Esta música é um exemplo do talento de Springsteen para contar histórias do cotidiano com profundidade, humor e um som envolvente do início ao fim.



Originalmente uma canção folk, transformada em um rockabilly energético, "Working on the Highway" fala sobre a história de um jovem operário da construção e seus sonhos frustrados. Enquanto isso, "Downbound Train" traz uma balada melancólica, envolta em uma melodia assombrosa, com uma letra que captura a dor do desemprego e de uma desilusão amorosa.


Uma das faixas mais intimistas do álbum, "I'm on Fire" é uma canção de desejo e anseio de forma visceral. Ela é marcada por uma instrumentação minimalista e uma presença vocal intensa de Springsteen. Já "No Surrender" celebra a camaradagem e a determinação, com uma energia contagiante e um refrão poderoso que a colocam como um hino de lealdade, amizade e resistência.


Com um tom de despedida bem marcante, "Bobby Jean" é um tributo a um amigo que se foi, encapsulando sentimentos de saudade, amizade e gratidão em um lirismo bonito, envolto de timbres cativantes e inesquecíveis. "I'm Going Down" traz uma melodia cativante e um ritmo dançante (principalmente pelo uso enérgico da guitarra), enquanto sua letra aborda de forma triste o fim de um relacionamento amoroso.

 

Um mix de emoções e um ritmo eletrizante: assim pode ser definida "Glory Days", que traz uma reflexão nostálgica sobre os dias de glória passados, combinando otimismo e melancolia. Sua batida é maravilhosa, graças ao talento de cada integrante da E Street Band, que a torna contagiante, vibrante, sorridente e alegre.


"Dancing in the Dark" combina uma batida pop irresistível com uma letra sobre frustração, luta contra a apatia e a busca por algo mais na vida. Ela é considerada o maior hit comercial do disco, seja por seu marcante videoclipe, sua batida dançante ou a combinação perfeita de ambos.



O disco se encerra de forma digna com "My Hometown". Esta é uma balada contemplativa e reflexiva sobre as mudanças, as identidades e os desafios enfrentados por uma pequena cidade americana. A canção é um tributo comovente às raízes e às memórias, com uma melodia suave.



Bruce Springsteen é um mestre em capturar a essência da experiência americana através de suas letras poéticas e composições musicais. "Born in the U.S.A." não é apenas um álbum de rock; é um retrato sincero e multifacetado das aspirações, lutas e esperanças de pessoas comuns. Sua habilidade em contar histórias profundas e emotivas, combinada com sua presença carismática no palco, faz dele uma figura única e reverenciada na música. Neste álbum, ele criou uma obra de arte que ressoa profundamente com ouvintes de todas as gerações e origens ao redor do mundo.

 

Born In The U.S.A

Bruce Springsteen


Ano: 1984

Gênero: Rock, Pop, Rock N' Roll, Heartland rock

Para quem gosta de: Tom Petty, Mark Knopfler, Bob Dylan

Ouça: "Dancing In The Dark", "Glory Days", "Cover Me" e todas as demais faixas


 

NOTA DO CRÍTICO: 10

 









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