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Foto do escritorEduardo Salvalaio

Bloodstained: Ritual Of The Night é um jogo que agrada tanto o jogador saudosista como o novato.

Atualizado: 19 de set. de 2022

Um jogo que captura, sobretudo, o estilo Metroidvania

Foto: Divulgação

Bloodstained: Ritual Of The Night é um jogo multiplataforma produzido e dirigido por Koji Igarashi, conhecido por ser o ex-produtor da famosa série de jogos Castlevania. Bom lembrar que Igarashi saiu da Konami em 2014, mesmo assim recebeu pedidos de fãs para que continuasse a criar jogos nesse estilo. O jogo foi desenvolvido pela ArtPlay e publicado pela 505 Games. Jogadores que são familiarizados com Castlevania ficarão bem a vontade num jogo que captura, sobretudo, o estilo Metroidvania.


Explicando rapidamente aqui, esse estilo de jogo compreende andar horizontalmente por um grande mapa com salas conectadas. Combater inimigos, conseguir armas e recursos melhores, também ganhar níveis de experiência são necessários para avançar até o final. Mas o jogador precisa estar atento ao cenário pois há diversas armadilhas, deve gerenciar sabiamente seus itens e equipamentos, além de saber das fraquezas de cada inimigo.


O jogo de Igarashi sabe muito bem preencher esses requisitos. Não deixa faltar essas características. Some a isso o toque de RPG que vai pedir a atenção do jogador. Melhorar e balancear os atributos da personagem (força, ataque, defesa, sorte, etc), escolher o equipamento certo, vender ou mesmo desmontar itens e acessórios em excesso para aprimorar outros mais valiosos.


No jogo, vivenciamos a história da órfã Miriam, que após sofrer a maldição de um alquimista, enfrentará um mundo infestado por demônios e outras criaturas vis até chegar ao vilão Gebel. Na trajetória da personagem, encontraremos também pessoas (NPC’s) que nos pedem certas tarefas (side quests) em troca de itens preciosos e de ouro. Da mesma forma, existem vendedores com equipamentos melhores, além de alquimistas que ajudam em criar novos itens, acessórios, armas e equipamentos a partir de receitas.



A parte da Alquimia é bem interessante para fazer o jogador pensar bastante no que usar e criar. Ele vai perder um bom tempo nessa tarefa. Muitos itens podem melhorar alguns atributos, sobretudo em momentos delicados e estratégicos como lutas contra chefes, entretanto, alguns itens das receitas são bem raros e difíceis de encontrar, gerando em parte um pouco de reclamação do jogador menos paciente (ou menos sortudo).


Outra ideia bem criativa e que dá mais dinâmica ao combate é o uso de shards. Esses objetos garantem ao personagem habilidades que ajudam muito em determinados inimigos, inclusive os mais resistentes. Durante o jogo, muitos shards aparecerão oferecendo ao jogador várias possibilidades de uso e que se encaixam tanto para a habilidade passiva como para a ativa.

Claro que os shards também surgem conforme o andamento do jogo. Dependem bastante da exploração do jogador que precisa investigar bem o cenário, inclusive atrás de muitas paredes secretas e caixas espalhadas, que não são poucas.


O combate flui bem, não há quedas de frames e movimentos como deslizar por baixo de frestas ou pulos não causam problemas. Mas convenhamos que a falta de uma defesa prejudica um pouco, apenas a esquiva parece não funcionar tão agilmente quando enfrentamos inimigos mais rápidos. Então, junto com a esquiva, nada mal se existisse também o uso de escudos, embora tivessem o uso limitado por uma barra de estamina. Outra parte ruim é que após o Game Over, a tela de loading demora um pouco até aparecer a opção de carregar o jogo salvo (e isso irrita quando você foi massacrado por algum chefe e deseja logo a revanche).


O jogo tem uma estética bem marcante. O cenário 2.5D (ou 2D e meio como dizem) traz cores e iluminação vibrantes dentro de ambientes com muitos detalhes que conseguem capturar todo um universo de Terror e Fantasia. O mapa, embora seja extenso, tem uma estrutura descomplicada que não deixa o jogador perdido.



As salas seguras (salas para salvar o jogo) ou mesmo as salas com portais são estrategicamente localizadas permitindo ao jogador que ele tenha uma estratégia prévia antes de se aventurar por novos corredores ou enfrentar um chefe. Muitos lugares só se tornam acessíveis depois de avançar pela narrativa, mas tudo se conecta perfeitamente para quem deseja atingir 100% do mapa.


A trilha sonora viva, que consegue expressar calma e tensão em diversos momentos da narrativa, também é digna de menção. Para quem jogou a série Castlevania, sabe que esse é um dos charmes do jogo. Aqui não é diferente. A paleta orquestrada e caprichosa da trilha sonora faz o jogador se ligar não somente nos cenários, mas também aumentar o som de sua TV durante a jogatina.


A tela de gerenciamento do personagem, apesar de conter muitas informações, é de fácil navegação. Na tela é possível ver o progresso, a porcentagem do jogo (mapa explorado, monstros abatidos), informações da narrativa e da mecânica do jogo, itens e equipamentos conquistados. Existe a opção da língua portuguesa, porém alguns itens podem ter o nome com uma tradução não tão perfeita ou idêntica em relação ao inglês, o que pode dificultar certos jogadores que buscam o 100% (platina e 1000G).


Entre (pouquíssimas) falhas e (grandes) acertos, Bloodstained: Ritual Of The Night consegue se transformar num jogo competente, digno de ser o sucessor espiritual de Castlevania. Podemos dizer que é um jogo que pensa mais nessa nova geração de consoles e de jogadores sem perder o carisma, saudosismo e o aspecto retrô da década 90’s. E para o gamer, é um bom indício de que o futuro reserva muitas surpresas vinda da mente de um artista criativo e empenhado como Igarashi.

 

Bloodstained: Ritual Of The Night


Lançamento: 18 de junho de 2019

Projetista: Koji Igarashi

Plataformas: Nintendo Switch, PS4, Xbox One

Série: Bloodstained, Castlevania

Modos: Jogo eletrônico para um jogador, jogo multijogador

Gênero: RPG, Luta, Tiros

Duração: Aproximadamente 10 horas


 

NOTA DO JOGADOR: 8,0

 

Assista ao trailer do jogo:


 



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