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Foto do escritorAlexandre Tiago

A reflexiva viagem interplanetária de Pierre Boulle em "O Planeta dos Macacos".


"O que caracteriza uma civilização? Será o gênio excepcional? Não; é a vida rotineira... Hum! Sejamos justos com o espírito. Concedamos que é acima de tudo a arte, e, em primeiro lugar a literatura."
(Trecho do livro O Planeta dos Macacos)

A descoberta da lua e de outros planetas sempre foram alvo do ser humano, onde percebemos isso na literatura, na poesia e no cinema, no que se refere ao gênero da ficção científica onde podemos descobrir isso no filme francês "Viagem à Lua" de 1902, que é o primeiro filme de ficção científica da história do cinema e no livro "Da Terra à Lua" que foi publicado em 1865, pelo escritor francês Júlio Verne, uma das primeiras obras literárias que abordou a viagem à lua. Entretanto, essa ambição interplanetária ficou bem mais acentuada e evidente, após o fim da Segunda Guerra Mundial.


Em 3 de novembro de 1957, a cachorra soviética Laika foi o primeiro ser vivo a orbitar o planeta Terra através do programa espacial soviético da antiga União Soviética, onde o país europeu deu início a famosa corrida espacial contra os Estados Unidos. Anos depois em 1969, o astronauta norte -americano Neil Armstrong se tornava o primeiro homem a pisar na lua. Em ambos podemos retratar a guerra fria, mas também, assim como hoje, o grande nível da ambição humana se consolidou em 1963, com um magnífico livro de ficção científica, chamado 'O Planeta dos Macacos' do escritor francês Pierre Boulle.


Pierre Boulle (nascido em Avignon, França no dia 20 de fevereiro de 1912 - falecido em Paris, França no dia 30 de janeiro de 1994) é um escritor francês que apesar de ter sido engenheiro e também atuado como agente secreto da França no Sudeste Asiático durante a Segunda Guerra Mundial, são apenas dois de seus livros que são conhecidos na língua portuguesa, onde ambos foram adaptados para o cinema. Os livros em questão são "A Ponte Sobre o Rio Kwai" que foi lançado em 1952 e "O Planeta dos Macacos" que foi lançado em 1963, sendo esse último livro considerado um divino cassoulet na França, em outras palavras, ele é considerado um autêntico clássico, como um dos melhores livros franceses de ficção científica, onde apenas fiz uma associação com uma típica e refinada comida da culinária francesa, principalmente, pelo seu contexto histórico o que deixa seu autor no patamar de grandes nomes da literatura francesa como Alexandre Dumas, Victor Hugo, Júlio Verne, Charles Baudelaire e Jean-Paul Sartre.


Muitos conhecem os filmes, principalmente, o espetacular filme de 1968 que foi estrelado pelo grande ator norte-americano Charlton Heston. Mas, é o livro que mostra com sua narrativa envolvente uma ácida crítica social a maneira que nós seres humanos se achamos superiores a outra espécie, o egoísmo e falta de empatia humana. A história se passa em um futuro não muito distante e nela três astronautas pousam em um planeta bastante parecido com à Terra. Mas esse lugar, um pretenso paraíso, não é o que parece.

Em pouco tempo, os desbravadores do espaço descobrem a terrível verdade: nesse mundo, seus pares humanos não passam de bestas selvagens a serviço da espécie dominante... os macacos.

Isso já mostra o grande impacto, porque faz a gente refletir sobre o mal trato aos animais, mas além disso, destaca a preocupação frente às desumanidades que nós seres humanos cometemos por acreditarmos que só o "eu" é mais importante e o livro faz a gente repensar tudo isso. O livro é excelente, e envolvente! Um dos meus livros favoritos de ficção científica e possui um final que é simplesmente surpreendente.


 


Livro: O Planeta dos Macacos

Data da primeira publicação: 1963

Autor: Pierre Boulle

Adaptações: Planeta dos Macacos: A Origem (2011) e mais

Gênero: Ficção científica, Romance, Literatura fantástica, Ficção distópica





 

Nota sobre o autor: De uma típica família católica francesa, Pierre Boulle foi criado dentro das tradições da Igreja. Ele, no entanto, se tornou agnóstico no início de sua idade adulta, quando deixou a Europa e viveu anos radicado no Sudeste Asiático, permanecendo como agnóstico até sua morte.


 

Alexandre Tiago

Redator

"Um rapaz latino-americano que é um sonhador, que ama futebol, apaixonado pela arte, formado em Direito, é um defensor da democracia e coleciona desde CDs e livros, até as memórias que a vida oferece."

















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