7 de mai. de 20234 min de leitura

A origem de Rocket entrega ação, humor e fortes emoções no aguardado 'Guardiões da Galáxia Vol.3'

Atualizado: 8 de mai. de 2023

A mais nova empreitada da Marvel, protagonizada por Star-Lord e seu esquadrão, apresenta a última aventura do diretor James Gunn com os Guardiões.

Os Guardiões da Galáxia, um dos grupos mais peculiares e amados do universo cinematográfico da Marvel, podem ser considerados o lado excêntrico da família de super-heróis do estúdio. O primeiro filme foi uma aventura um tanto animada que não se prendeu em momentos alegres e densos presentes em filmes de super-heróis. O segundo longa foi um pouco confuso, mas teve êxito ao tentar ser divertido. O terceiro - e provavelmente último - capítulo é uma obra singular. Em alguns momentos, o filme se mostra engraçado e emocionalmente comovente, enquanto em outros momentos é muito sombrio, apresentando algumas das cenas mais obscuras de toda a franquia da Marvel.

O diretor e roteirista James Gunn entregou sua última contribuição para o Universo Cinematográfico Marvel com a conclusão da trilogia dos Guardiões da Galáxia, antes de se mudar para o Universo Estendido da DC. O filme é repleto de referências a eventos passados, piadas bem-humoradas, cenários criativos, figurinos e maquiagens impressionantes, além de muita ação e violência própria para maiores de 13 anos.

Quando uma era chega ao fim, é comum que as pessoas se lembrem do passado e celebrem os momentos vividos. Mas quando se trata da Marvel, a espera é ainda maior, e "Guardiões da Galáxia Vol. 3" consegue transformar essa despedida em uma experiência solene e sincera, com a confiança peculiar e o humor atrevido que só James Gunn é capaz de criar. Em resumo, é uma volta ao universo Marvel que não deixa de ser único e consistente.

Focar no personagem Rocket foi uma escolha certeira e um tanto precisa, em uma franquia que apresenta uma cena de abertura emocionante, onde um novo vilão chamado Warlock (interpretado por Will Poulter), um ser dourado com habilidades semelhantes ao Superman, tenta capturar o guaxinim Rocket (dublado por Bradley Cooper), isso acaba dando gás para o filme deslanchar em uma série de acontecimentos que o telespectador e fãs da Marvel esperam de um filme de super-heróis.

A mais nova empreitada da Marvel, protagonizada por Star-Lord e seu esquadrão, apresenta a última aventura do diretor James Gunn com os Guardiões.

O verdadeiro vilão da história é o criador de Rocket, que incorporou um botão letal dentro do personagem que ameaça a vida do nosso protagonista. Para salvá-lo, seus amigos precisarão encontrar uma solução tecnológica que possa curá-lo. Entretanto, essa busca coloca-os em rota de colisão com o Alto Evolucionário, personagem central da trama interpretado por Chukwudi Iwuji. O Alto Evolucionário busca incessantemente criar uma sociedade perfeita, mas sua busca tem causado muita dor e sofrimento em todo o universo, inclusive no passado traumático de Rocket.

Embora o ritmo do filme seja um tanto estranho em algumas partes, a despedida de Gunn é bem executada nos momentos finais. Cada personagem é tratado com respeito e ganha tempo suficiente em tela para reacender a afeição do público por eles, e todos eles são reunidos para um clímax de ação emocionante que fortalece a habilidade da equipe em trabalhar junta. Até mesmo uma sequência de dança cafona pode ser perdoada, dado o quanto a música tem sido um elemento central na franquia. Tanto que no início do longa acompanhamos uma cena um tanto emocionante e reflexiva entre Rocket e Peter Quill/Starlord (Chris Pratt), o momento é embalado por uma linda versão acústica de "Creep", do Radiohead.

Aqui nos deparamos com um Pratt muito diferente do apresentado na franquia Jurassic World, Peter está mais emotivo, cauteloso e reflexivo. E isso pode ser explicado pela trágica morte de Gamora (Zoe Saldaña) pelas mãos de Thanos.

Nebulosa (Karen Gillan, da esquerda), Star-Lord (Chris Pratt) e Drax (Dave Bautista) correm para resgatar Rocket.Marvel Studios

Todos os membros habituais da equipe dos Guardiões estão presentes para a nova aventura. Karen Gillan mantém a postura severa e adulta como Nebulosa, enquanto Dave Bautista como Drax insiste em sua própria inteligência, mesmo que isso nem sempre seja verdade. Pom Klementieff como Mantis tem uma voz semelhante a Leslie Mann em uma comédia romântica e ainda utiliza seus poderes empáticos, mesmo que às vezes seja interrompida por Drax em conversas informais. Embora Groot (Vin Diesel) se comunique apenas com a clássica frase "Eu sou Groot", suas intenções e emoções são claramente expressas por meio de nuances em sua fala.

Assim, como de costume no MCU, os guardiões apareceram em outras produções do estúdio como "Vingadores: Ultimato" e "Thor: Amor e Trovão". No entanto, o terceiro filme da saga traça o destino final para a franquia, pelo menos até o momento, encerrando a jornada desses personagens cativantes que tanto fizeram para agraciar os olhos dos fãs desse universo. Esse capítulo foi esperado ansiosamente em meio a dúvidas e incertezas de que seria uma produção relevante, considerando as últimas produções da Marvel. Porém, a espera valeu a pena.

E sem sombra de dúvidas esse com certeza é o filme que a Marvel estava devendo para sua legião de fãs.