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5 filmes brasileiros pouco comentados que merecem mais reconhecimento

Foto do escritor: Marcello AlmeidaMarcello Almeida

Verdadeiras joias esperando para serem redescobertas

As Amorosas (1968) – Walter Hugo Khouri
As Amorosas (1968) – Walter Hugo Khouri/ Imagem: Reprodução

O cinema brasileiro sempre revelou cineastas brilhantes, mas nem todas as suas obras receberam a atenção merecida. Aqui estão cinco filmes nacionais que, apesar de suas qualidades cinematográficas, seguem pouco comentados — verdadeiras joias esperando para serem redescobertas.


  1. O Anjo Nasceu (1969) – Júlio Bressane

O Anjo Nasceu (1969) – Júlio Bressane
Imagem: Reprodução

No final dos anos 1960, Júlio Bressane já flertava com um cinema anárquico, experimental e radicalmente independente. O Anjo Nasceu é um dos filmes mais brutais do Cinema Marginal, uma experiência crua e estilizada sobre dois criminosos violentos, interpretados por Hugo Carvana e Milton Gonçalves, vagando em um mundo sem redenção.



A câmera de Bressane, quase hipnótica, transforma essa jornada de violência em um rito de passagem sombrio, antecipando sua carreira marcada por ousadia e ruptura.


Onde ver: YouTube



  1. As Amorosas (1968) – Walter Hugo Khouri

As Amorosas (1968) – Walter Hugo Khouri
Imagem: Reprodução

Walter Hugo Khouri é um dos cineastas brasileiros mais autorais, mas sua obra ainda sofre com o esquecimento. As Amorosas é um retrato existencialista de um jovem intelectual dividido entre três mulheres, refletindo sobre sua identidade e o vazio da vida burguesa.


Inspirado pelo cinema europeu de Antonioni e Bergman, Khouri constrói um filme introspectivo, com diálogos afiados e uma fotografia que transborda melancolia. Uma peça-chave para entender o cinema psicológico brasileiro.


Onde ver: YouTube


  1. O Homem Que Virou Suco (1981) – João Batista de Andrade

O Homem Que Virou Suco (1981) – João Batista de Andrade
Imagem: Reprodução

No início dos anos 1980, em plena ressaca da ditadura, João Batista de Andrade dirigiu essa obra impactante, um retrato da exclusão social e da resistência popular. O filme acompanha um poeta nordestino (José Dumont, em uma de suas melhores atuações) que é confundido com um operário fugitivo e precisa lutar para sobreviver no caos urbano de São Paulo.


A narrativa, quase documental, reflete sobre identidade e opressão, consolidando um dos filmes políticos mais potentes do cinema brasileiro.


Onde ver: YouTube



  1. Sudoeste (2012) – Eduardo Nunes

Sudoeste (2012) – Eduardo Nunes
Imagem: Reprodução

Um dos filmes visuais mais belos do cinema nacional recente, Sudoeste é uma obra sensorial e meditativa sobre o tempo e a finitude da vida. Com uma fotografia em preto e branco que remete ao cinema de Tarkovski e Béla Tarr, Eduardo Nunes constrói uma história onde uma jovem mulher experimenta toda a sua vida em apenas um dia.


É um filme contemplativo, que exige do espectador um olhar atento para seus silêncios e sua poesia visual.


Onde ver: Prime Video



  1. Perfume de Gardênia (1992) – Guilherme de Almeida Prado

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

Guilherme de Almeida Prado é um dos diretores mais estilizados do cinema brasileiro, e Perfume de Gardênia é uma de suas obras mais fascinantes. O filme acompanha Daniel (José Mayer), um taxista que trabalha de madrugada, e sua esposa Adalgisa (Christiane Torloni), cuja vida muda radicalmente quando, por acaso, ela se torna atriz de filmes eróticos de baixo orçamento, mas lucrativos.


Aos poucos, o casal se vê envolvido em um universo de desejo, dinheiro e transformações inesperadas. Com uma atmosfera que mescla erotismo e mistério, o filme brinca com a metalinguagem e dialoga com o cinema noir, mantendo o olhar sofisticado e enigmático característico do diretor. Uma obra que merece ser redescoberta.


Onde ver: YouTube




Esses filmes mostram a diversidade do cinema brasileiro, indo além do circuito tradicional e explorando novas formas narrativas e visuais. São obras que merecem ser revisitadas e reconhecidas como peças fundamentais da nossa cinematografia.

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