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Foto do escritorMarcello Almeida

10 canções desse fatídico ano que você precisa ouvir: Parte 1


 

Apresentamos uma seleção das melhores músicas do ano. Fique ligado para a Parte 1 dessa jornada musical!


A música tem um papel essencial em nossas vidas, sendo uma fonte de cultura, arte e inspiração. As canções pop, em especial, trazem conforto e renovam nossas esperanças em dias melhores, ajudando-nos a encontrar equilíbrio e serenidade. Muitos álbuns se destacaram neste ano, tornando 2024 mais leve e inspirador, motivando-nos a continuar perseguindo nossos sonhos.


Apesar dos desafios, conflitos e aprendizados que enfrentamos, também vivemos momentos de alegria, boas companhias, risadas e incríveis experiências cinematográficas – um tema que certamente merece sua própria lista. A música, resiliente como sempre, esteve presente em cada um desses momentos, atravessando barreiras e nos unindo mesmo nos períodos mais difíceis.


Este portal, que recentemente celebrou 3 anos de existência, segue dedicado à cultura pop e à promoção da arte em suas mais diversas formas, com especial atenção à rica cena alternativa brasileira. Apresentamos uma seleção das melhores músicas do ano. Fique ligado para a Parte 1 dessa jornada musical!


Lembrando que a lista não segue uma ordem de melhor canção.

 

10 -Fontaines DC – ‘Starburster’



A sonoridade do Fontaines DC parece que sempre evocou elucidar aquelas questões que vivem a martelar na alma. Com letras líricas e potentes, o quinteto de Dublin explodiu no cenário da cultura pop em 2019 com o explosivo e gritante ‘Dogrel’, com inúmeras paisagens delirantes forjadas por guitarras estridentes e aquele vocal distinto e único de Grian Chatten.


Acontece que o grupo foi evoluindo e expandindo seus horizontes sonoros a cada disco. As letras de Chatten foram ganhando cada vez mais aquele delírio e sentimento arrebatador sobre essa jornada chamada vida. Isso parece ter se intensificado e ganhado ainda mais força e expressividade no quarto disco da banda, ‘ROMANCE’, um disco que pode soar um pouco estranho para alguns e convidativo para outros. O fato é que o Fontaines transita perfeitamente pela ambientação pós-punk e explora ainda mais suas limitações e processo criativo.


A coisa não para por aí. Logo na sequência, temos uma porrada sonora, climática e viajante com “Starburster”, que mergulha profundamente nas águas do pós-punk, com um certo alívio revigorante do funk. Suas batidas eletrizantes criam aquele efeito de cascata de montanha-russa: o ritmo sobe em desespero e euforia, desce em calmaria e volta a crescer. Chatten, em certos momentos, parece emprestar a vocalidade do rap, criando uma atmosfera bombástica e de efeito entorpecente no ouvinte.



9 - Billie Eilish – 'Birds Of A Feather'



Algo grandioso para uma cantora de 22 anos, 'Hit Me Hard And Soft' é um disco maduro, abordando a visão de uma jovem artista sobre todo o estrelato, fama, reconhecimento e o peso disso tudo em sua trajetória até agora. Seu processo criativo atinge o ápice que todo artista nessa idade almeja alcançar. Ela também deixa aflorar seu lado lírico, fazendo juras de amor eterno na comovente e bonita "Birds of a Feather". Com uma melodia graciosa e uma produção astuta, essa faixa destaca a colaboração de seu irmão Finneas, uma parceria que tem dado certo e apontado ótimos frutos.


Conforme você vai reouvindo esse trabalho instigante e gracioso, suas camadas, ruídos e elementos vão sendo descobertos, e logo tudo parece ser sobre um processo de auto-reconhecimento, uma forma da artista em tentar se encontrar tanto de maneira criativa quanto pessoal.


8- The Smile - 'Instant Psalm'



As letras de Yorke estão cada vez mais pontiagudas, certeiras e honestas, derramando aquele balde de verdades nuas e cruas na alma. Em boa parte, Yorke é irônico e lúdico, jogando suas metáforas sobre a vida nesses tempos de modernidade e tecnologias. 

Os instantes iniciais da hipnótica e sedutora “Instant Psalm” provam por que o The Smile vem se tornando uma das grandes revelações dos últimos anos e, cada vez mais, brilhante e expansivo com suas complexidades sonoras, com as quais eles parecem se divertir à beça.


7 - Kendrick Lamar - 'Not Like Us'



O álbum chega após dois anos marcados por tensões no cenário do rap, incluindo uma rivalidade acirrada com Drake, iniciada com um verso provocativo de Lamar em Like That, de Future e Metro Boomin. O desentendimento gerou faixas impactantes, como Not Like Us, que reforçaram o domínio de Lamar em 2024.


Com GNX, Lamar une conflitos, aprendizado e emoção, criando um dos álbuns mais marcantes de sua carreira e um forte candidato ao título de melhor disco de rap de 2024.


6- Chappell Roan - Good Luck, Babe!




Lançado em abril, o single independente Good Luck, Babe! impulsionou Chappell Roan a um novo patamar, consolidando seu álbum de estreia, The Rise And Fall Of A Midwest Princess, como um sucesso tardio.


A faixa, descrita por Roan como uma tentativa de criar "uma grande canção pop hino", cumpre a promessa com maestria. Embalado por um synth-pop envolvente, a música aborda de forma empática a luta interna de alguém que tenta negar sua homossexualidade.

Com o refrão marcante "você teria que parar o mundo só para parar o sentimento", Roan equilibra compaixão e autenticidade, revelando sua habilidade de transformar emoções profundas em versos únicos e impactantes.


Este talento raro não apenas consolidou sua presença no pop, mas também reafirmou sua capacidade de transformar experiências pessoais em sucessos que ressoam amplamente.


5 - The Cure - 'Alone'



Songs Of A Lost World pode ser aquele presente inesperado que chega com a chuva que cai à noite e escorre pelo vidro da janela, e a noite tem tudo a ver com esse disco: uma sonoridade densa, sombria e genuinamente madura. A melancolia de “Alone, faixa que abre o álbum, é uma mostra de como o rock pode envelhecer perfeitamente mesmo sendo triste. Existe uma beleza em cada nota de tristeza que a vida compõe: “Este é o fim de cada música que cantamos / O fogo se transformou em cinzas, e as estrelas escureceram com lágrimas.” E está tudo bem em brindarmos nosso vazio com fragmentos amargos; o amor e a velhice também podem ser uma canção pop triste que sonha que o mundo não passa de um sonho.


A melancolia dessa faixa não apenas abre o álbum, mas também estabelece o tom para o que está por vir, refletindo a solidão que muitas vezes acompanha o envelhecimento. É uma canção que encapsula a beleza triste da vida, como se cada acorde fosse uma lembrança da juventude perdida.


4 - Brigitte Calls Me Baby - "The Future Is Our Way Out"



A fascinação de Wes ao cantar transmite toda sua naturalidade e liberdade. Essa entrega acrescenta um ar vintage, misturado com aquela onda exuberante e crescente dos anos 80. Em certos momentos, sua voz emula Morrissey e, em outros, soa como Elvis. É impressionante como ele faz isso tão facilmente. Isso já fica evidente na abertura com a faixa-título ("The Future Is Our Way Out"). A harmonia e sintonia das guitarras, baixo e bateria, cruzadas com o vocal exuberante e poético, emulando agridocemente Morrissey, aguçam a curiosidade do ouvinte sobre o que virá nas 11 faixas do trabalho. Uma canção que carrega um espírito nostálgico e moderno, com uma letra lírica e honesta sobre os efeitos da modernidade. "Oh, se a vida pudesse ser tão gentil / Então eu não me importaria em estar vivo."


Esse é o sentimento que explode no peito ao colocar os ouvidos no disco de estreia da banda de Chicago, Brigitte Calls Me Baby. Uma mistura agridoce de Morrissey, The Strokes e uma pitada de The Cure, que cria uma atmosfera sonora atraente e sedutora. Muito disso vem dos vocais hipnóticos, ao estilo Morrissey, do vocalista Wes Leavins, e o resultado desse caldeirão sonoro é uma rara convergência de sofisticação e sinceridade descarada em cada verso cantado por Wes.


3 - Beth Gibbons - "Burden of Life"



Se existe algo que permeia a carreira de Beth Gibbons desde o início com o Portishead, é a atemporalidade, característica marcante em sua voz, dosada por uma profundidade sensual e, ao mesmo tempo, angustiante. Transmitindo com toda a magistralidade os sentimentos em sua música, é como se ela evocasse, com naturalidade, ícones como Billie Holiday para transbordar uma sabedoria que transcende sua idade.


Em faixas primorosas como "Burden of Life", Gibbons expressa angústias existenciais com um poder lírico devastador e dilacerante, criando uma atmosfera experimentalista e realista. A riqueza de seus versos e o poder metódico dos arranjos percussivos. A alternância entre incerteza e resiliência permeia o álbum, evidenciando a capacidade de Gibbons de capturar a transitoriedade da vida em sua música.


2 - Michael Kiwanuka - Rebel Soul



Michael Kiwanuka, vencedor do Mercury Prize com seu aclamado álbum Kiwanuka (2019), retorna com Small Changes, seu quarto trabalho de estúdio. Após um período longe dos holofotes, marcado por sua mudança para a costa sul do Reino Unido e pela chegada de dois filhos, o cantor de 37 anos apresenta um disco que reflete calma e maturidade, afastando-se da grandiosidade épica de seus trabalhos anteriores.


O álbum, coproduzido por Inflo e Danger Mouse, é um exercício de simplicidade musical. Faixas como "Rebel Soul" e "One And Only" destacam arranjos de cordas suaves e padrões de bateria discretos, criando uma atmosfera íntima e envolvente. Diferentemente do impacto direto de Kiwanuka, Small Changes opta por oferecer momentos de magia de forma gradual, revelando uma abordagem mais minimalista e introspectiva.


1 - Kim Deal - 'Nobody Loves You More'



Após anos à frente de projetos marcantes como Pixies e The Breeders, Kim Deal apresenta Nobody Loves You More, uma coleção de músicas que ela desenvolveu ao longo de 14 anos. Longe de soar como uma reintrodução, o álbum celebra sua trajetória por meio de colaborações com artistas como Steve Albini, Josh Klinghoffer e seus colegas do The Breeders.


O disco se destaca pela variedade de texturas sonoras, iniciando com a cinematográfica faixa-título, marcada por arranjos de cordas e metais que evocam temas de filmes de James Bond.


Com produção refinada e participações estratégicas, Nobody Loves You More não apenas explora os múltiplos talentos de Deal, mas também exala a autenticidade de uma artista que nunca perdeu o brilho. Este é um trabalho que equilibra experimentação e nostalgia, celebrando sua trajetória e a conexão com os muitos amigos que ela conquistou ao longo do caminho.


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