SOBRE NÓS
TUDO TEM UM COMEÇO; TEORIA CULTURAL!
Editor: Marcello Almeida
Redatores: Marcello Almeida, Marlons Silva, Eduardo Salvalaio, Thays Sechetin, Bruno Jones e Alexandre Tiago.
Colunistas: Jamille Oliveira (Esportes)
Teoria Cultural
Músicas - Cinema - Cultura Pop
NOSSA HISTÓRIA
A paixão pela música surgiu desde muito cedo. Começou com a vitrola que tinha na casa dos meus pais e a coleção de vinil do meu irmão mais velho. A curiosidade sempre batia e em um momento ou outro eu catava um dos discos e colocava na vitrola para rolar, isso com meus 14 para 15 anos de idade. Entre um disco e outro passava por R.E.M., The Police, Led Zeppelin e até mesmo o ‘Eletricidade’ do Capital Inicial (responsável por me introduzir ao Rock nacional, na época), me maravilhava entre aqueles vinis e lembro como se fosse hoje dos dois primeiros CDs que comprei com meu primeiro salário de office boy, na extinta loja Milenium, da minha cidade natal, Cáceres, interior do MT. Foram eles, o ‘Reveal’ do R.E.M. e o Greatest Hits do Lenny Kravitz, que trazia a balada inédita “Again”, e você que lê esse texto no momento pode estar se perguntando do porque esses dois discos? A resposta é muito simples foi depois de ver os respectivos clipes de “Again”, do Kravitz e “Imitation Of Life” do R.E.M. na antiga MTV. Isso estamos falando de uma era sem redes sociais e a internet ainda começava a engatinhar e a MTV era um refúgio para conhecer sons e bandas e também foi a responsável pela minha fase de Boys Band como Backstreet Boys, sim, passei por ela e, lembro que cheguei a fazer um trabalho de inglês na escola sobre a canção “I Want It That Way” dos Backstreet Boys. E esse foi um breve capítulo da minha vida.
“UMA FITA DO KID VINIL”
E, sim! Minha fase boys Band foi bem passageira, graças a uns, caras com cabelos desgrenhados, jeans rasgados e All Star nos pés que começava a fervilhar as ondas sonoras das rádios e MTV. O The Strokes surgiu em um momento onde Rock estava bem por baixo, final dos anos 90 e início dos 2000, não tinha tantas bandas surgindo no cenário alternativo aí apareceram esses caras fazendo um Rock setentista, com atitude Punk, unida ao Rock de garagem, aquilo bateu de primeira. Que período visceral e de boas lembranças! Tudo que eu sentia era que podia vivenciar pela primeira vez algo meio que parecido com o Grunge nos anos 90, com a explosão de Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e outros. ‘Is This It’ do Strokes acendeu em mim aquele despertar, uma espécie de sentimento do qual eu poderia experimentar pela primeira vez uma cena realmente visceral e excitante. O Strokes foi importante em minha jornada por esse caminho de inúmeras sensações, emoções e uma infinidade de músicas que me moldaram e continua me moldando.Muitas coisas aconteceram, eu casei, tive minha filha Gabriela, separei, me tornei Técnico em Radiologia, mudei de cidade (hoje em Colíder, mas ainda continuo no MT) e, continuo com esse espirito do Rock and Roll emanado nas minhas veias e carrego comigo que viver sem música é um erro irreparável e lembro como se fosse ontem meu primeiro contato com o The Strokes através de uma fita que meu irmão gravou de um especial do finado Kid Vinil contendo três canções que mudaria tudo. E foi assim que minha história com o Indie Rock começou ouvindo “The Modern Age”, “Last Nite” e“Hard To Explain”. E fui tomado pela glória.
“ERA PARA ASSISTIRMOS MATRIX, MAS O PORTÃO DA ESCOLA CAIU”
A paixão pelo cinema também vem de berço, cresci inserido nesse universo fantasmagórico e trash de filmes como Sexta-Feira13, A Hora do Pesadelo e outros. Me lembro de assistir O Massacre da Serra Elétrica (o clássico de 1974) ainda pequeno e ficar impactando com tudo aquilo. Passei pelo saudoso Zé do Caixão e suas obras cult. O brilhantismo de Ingmar Bergman, Pedro Almodóvar, Woody Allen, Stanley Kubrick, e por falar em Kubrick, aquele início de ‘O Iluminado’ com aquelas tomadas de câmera
aéreas cobrindo aquela estrada com a paisagem é surreal. São tantas histórias envolvendo o cinema. Me lembro de uma que aconteceu lá por volta dos anos 2000, estudava a noite e fazia o segundo ano do ensino médio, eu mais dois colegas, o Silvio e o Marquito resolvemos matar aula para assistir Matrix que ia passar em Tela Quente se não me falhe a memória. E é claro que o plano saiu pela culatra, após eu e Silvio pularmos o portão dos fundos do colégio, quando chegou a vez do Marquito que era gordinho o portão caiu em cima dele e tivemos que voltar para ajudá-lo e fomos pegos pelo guarda do colégio. Alguns sermões e advertências e fomos liberados. Isso me lembra uma canção dos Beatles “Come Together” que abre o icônico e belo álbum ‘Abbey Road’, clássico já pela maravilhosa capa. Mas assistimos Matrix uns dias depois. Chega a ser impossível não mensurar aqui a sensação incrível e maravilhosa de entrar nas locadoras de vídeo para alugar um filme e ficar horas e mais horas passeando pelas seções. Bons tempos! Isso soa nostálgico, hoje em dia com tanta facilidade e tecnologia à disposição, histórias como essa do portão chega a ser cômica. Vivemos a era da música digital e dos filmes digitais. Hoje temos uma inúmera variedade de canais de streaming que chega a ser impossível consumir todos eles, não é mesmo? Tenho os filmes como uma imersão visual poética, capaz de nos fazer viver várias estórias tétricas e fabulosas. Um bom filme é como a vida fora de você mesmo vista por diversos ângulos, fotografias e roteiros. Duvida? Vou dar uns bons exemplos da mágica do cinema. O início de Donnie Darko, com Jake Gyllenhaal em início de carreira, descendo aquela rodovia de bicicleta ao som de “The Killing Moon” do Echo & The Bunnymen, o final de Encontros e Desencontros, com Billl Murray e Scarlett Johansson ao som de “Just Like Honey” do The Jesus and Mary Chain, que coisa linda.
Poderia citar inúmeros momentos e filmes aqui, mas vou me conter. Porque a vida é um universo repleto de idas, vindas e possibilidades a cada esquina?
“DOS QUADRINHOS DE CHARLES BURNS A UNKNOWN PLEASURES DO PETER HOOK”
O que seria da vida sem os livros? Sem esse universo amplo que te permite viajar sem sair do lugar. Os livros são outra paixão que pulsa em mim, principalmente a literatura da cultura pop, sou eternamente apaixonado por romances que se baseiam na música pop. Entre os grandes escritores da minha vida está Irvine Welsh, Nick Hornby, Gabriel
Garcia Márquez, Kafka e outros mais. Mas vou tranquilamente dos quadrinhos de Burns ao Unknown Pleasures do Peter Hook Enquanto aguardava a hora para fazer uma prova fiquei pensando o que escreveria sobre ‘Sem Volta do Charles Burns’ e do nada começou a surgir a frase: “Burns lança um olhar crítico e sombrio sobre a monstruosidade humana, através de alucinações… para dizer o quanto estamos ferrados em um mundo sem volta”. Esse é um trecho do texto publicado na página do Instagram do (Teoria) que bem provável ira pular para o site em breve. Já o livro de Hook foi uma das grandes surpresas desse ano em relação à leitura. Um livro carismático e visceral em cada página. Segue um trecho do texto publicado na página: “O que mais me agradou em Joy Division: Unknown Pleasures, foi justamente a maneira como Hook, conduziu e narrou suas histórias, emanado de um senso de humor cativante e uma escrita carismática e honesta. ”
“DAS PRIMEIRAS DIVAGAÇÕES MUSICAIS NAS REDES SOCIAS PARA O SITE TEORIA CULTURAL”
Como tudo parte de um começo, minha história com as resenhas de discos, filmes e livros, começa justamente de breves comentários no Facebook, sempre gostei de comentar sobre aquilo que estava ouvindo, lendo ou assistindo e, isso se intensificou em 2019, quando vim para a pacata cidade de Colíder para começar a tão almejada profissão de Técnico em Radiologia, sem muitas opções de laser por aqui, a escrita se tornou um hobby e refúgio. E numa dessas acho que um desses comentários chamou a atenção do amigo Luciano do Urge! Um portal de cultura pop independente.E um dos meus primeiros textos por lá foi sobre o cativante álbum ‘Never Not Together do Nada Surf, seguido por The Slow Rush’ do Tame Impala. Mas chegou um momento em que o Urge deu um recesso e fui me aventurar no site da Hybrido do amigo Gabriel, mais conhecido como Gabiru.
E começou a crescer em mim uma vontade de ter um espaço meu, um lugar para divagar minhas ideias malucas e pessoais, sobre filmes, livros e música. Nasceu o Caro Vinil no Instagram, de forma tímida, despretensiosa, com a vontade de falar sobre a
cena independente do nosso Brasil e chegou o momento no qual percebi que precisava de um outro nome para página para dar mais sentindo ao conteúdo. Nasceu o, Teoria Cultural. E lá se vão nove meses de muitas divagações, histórias, amizades e foi dessas amizades que surgiu um outro projeto bem bacana o Culturalizando, com intuito de convidar artistas da cena alternativa independente para bater um papo sobre música. Entrou nessa comigo o Alexandre Tiago da página Cultivando as Artes e uma botafoguense de primeira a Jamile Oliveira que manja muito de esportes e boa música e escreve para Opinião Play e não vive sem esportes.
Mas voltando para o, Teoria Cultural, comecei a me sentir muito limitado em relação a textos no Instagram, o espaço que a rede disponibiliza é muito pouco e sempre estava tendo que editar ou cortar partes dos textos e isso começou a me direcionar para algo maior, onde poderia ter mais liberdade de escrita. E nasceu o site, Teoria Cultural com a mesma essência de quando eu comecei a página. E quem eu chamei para essa empreitada comigo, foram os colegas Eduardo Salvalaio amigo do Urge que possui uma ótima curadoria para os bons sons, o Alexandre Tiago que ama a cultura e a arte, a botafoguense Jamille apaixonada por música, que vai cobrir a coluna de esportes, meu irmão Marlons Silva um apreciador da boa música, David Bowie e Jorge Ben Jor, o amigo Bruno Jones, que conheci no Instagram e administra a página Parede Elétrica e para fechar o time a Thays Sechetin que ama seus bichos de estimação e adora escrever sobre música.
E cá estamos nós! E essa é um pouco da minha história com relação a criação do Site Teoria Cultural. E esse texto é a verdade, somente a verdade... do modo que eu me lembro.
Marcello Almeida.